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Japão: três militares recebem pena de prisão histórica, acusados ​​de violência sexual contra soldada

A decisão era aguardada com ansiedade. Rina Gonoi, uma ex-soldada, foi a primeira a denunciar publicamente a agressão sexual no Exército japonês e a apresentar queixa em tribunal contra três dos seus ex-colegas, que receberam penas suspensas de encarceramento. 

Rina Gonoi, ex-integrante das Forças de Autodefesa do Japão, acusou ex-colegas de violência sexual durante o serviço militar. Ela fala à imprensa no distrito de Fukushima, 12/12/23.
Rina Gonoi, ex-integrante das Forças de Autodefesa do Japão, acusou ex-colegas de violência sexual durante o serviço militar. Ela fala à imprensa no distrito de Fukushima, 12/12/23. © Kyodo / Reuters
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Frédéric Charles, correspondente da RFI em Tóquio.

No Japão, um tribunal de Fukushima condenou na terça-feira (12), três ex-soldados a dois anos de prisão cada um por violência sexual contra uma colega em 2021. Rina Gonoi, a ex-soldada de 24 anos, decidiu levar a público seu sofrimento diante da inércia de seus superiores e da recusa de uma primeira queixa nos tribunais.

Nas redes sociais, ela acusou os três colegas de terem simulado relações sexuais com ela, mantendo-a deitada à força com as pernas abertas. Outros soldados assistiram à cena, rindo.

Para forçar o Exército a reabrir seu caso, Rina Gonoi teve de lançar uma petição online para exigir “uma investigação justa e sanções”. Sua petição rapidamente reuniu mais de 100.000 assinaturas. O ministério da Defesa finalmente admitiu que Rina Gonoi dizia a verdade.

Conscientização no Japão

O Tribunal Distrital de Fukushima condenou os três ex-soldados a dois anos de prisão cada, com suspensão da pena. Em suas requisições, a promotoria exigiu dois anos de encarceramento. Rina Gonoi também está processando seus agressores e o Estado japonês em um tribunal civil para obter indenização.

A sentença criminal do tribunal de Fukushima é branda. Mas as revelações da ex-soldada nas redes sociais despertaram a consciência no Japão, num país onde o movimento #MeToo tem pouca ressonância.

Ela encorajou milhares de outras vítimas de assédio ou violência sexual no Exército a saírem do silêncio. No exterior, a coragem de Rina Gonoi é elogiada. A BBC a incluiu em sua lista de 2023 das 100 mulheres mais influentes do mundo.

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