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"Eles não têm vergonha", denuncia pai de Navalny, julgado a portas fechadas na Rússia

A Justiça russa decidiu que o processo do opositor Alexei Navalny, que começou nesta segunda-feira (19), ocorrerá a portas fechadas. A primeira audiência aconteceu na colônia penal de alta segurança IK-6, em Melejovo, a 250 quilômetros ao leste de Moscou. Navalny pode ser condenado a três décadas de prisão por "extremismo" e por ter "reabilitado a ideologia nazista".

Alexei Navalny, seus advogados Olga Mikhailova e Vadim Kobzev, além de outros participantes, durante a transmissão por videoconferência do julgamento do opositor nesta segunda-feira (19).
Alexei Navalny, seus advogados Olga Mikhailova e Vadim Kobzev, além de outros participantes, durante a transmissão por videoconferência do julgamento do opositor nesta segunda-feira (19). REUTERS - EVGENIA NOVOZHENINA
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"Meus pais estão aqui, peço que os deixem entrar na sala", pediu o opositor, no início da audiência. Seu pai, Anatolii Navalny, denunciou a decisão da Justiça russa. "Eles não têm nenhuma vergonha, nenhuma consciência, nenhuma honra", disse. 

Navalny, conhecido por suas investigações anticorrupção, cumpre pena de nove anos de prisão por "fraude". Ele considera a condenação "política".

O opositor de 47 anos, que sobreviveu a uma tentativa de envenenamento em 2020, que atribui ao Kremlin, está preso desde janeiro de 2021. Os termos da acusação de "extremismo" não são muito claros. A defesa de Navalny teve apenas 10 dias para examinar os 196 volumes do caso.

"Para mim é impossível entender com precisão do que sou acusado", disse recentemente o opositor.

O opositor número 1 de Vladimir Putin, Alexey Navalny enfrenta um novo julgamento nesta segunda-feira
O opositor número 1 de Vladimir Putin, Alexey Navalny enfrenta um novo julgamento nesta segunda-feira AP - Denis Kaminev

Maus-tratos

O ativista acusa o Kremlin de querer mantê-lo atrás das grades em represália às críticas que  faz ao governo, mesmo preso. Navalny continua divulgando suas opiniões nas redes sociais, principalmente para denunciar a ofensiva na Ucrânia.

O opositor "está sendo julgado por sua atividade política", disse uma de suas porta-vozes, Kira Yarmysh.

De acordo com pessoas próximas, Navalny sofre maus-tratos na prisão, onde perdeu peso e é colocado com frequência em isolamento.

Assim como Navalny, adversários mais conhecidos que não foram para o exílio foram presos nos últimos anos, principalmente desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022. Outros foram perseguidos por criticar o conflito.

É o caso, por exemplo, de Vladimir Kara-Murza, condenado em abril a 25 anos de prisão por "alta traição", ou o de Ilya Yashin, condenado em dezembro do ano passado a oito anos e meio de prisão por ter criticado a ofensiva no país vizinho. 

(Com informações da AFP)

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