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Nova lei na Ucrânia reduz idade para mobilização do exército enquanto Rússia avança suas tropas

Neste sábado (18), entra em vigor a nova lei de mobilização do exército, uma série de textos aprovados pelo Parlamento e promulgados pelo presidente Volodymyr Zelensky. A principal medida tomada pelas autoridades ucranianas é reduzir a idade legal para a mobilização de 27 para 25 anos, mas a nova legislação também estabelece uma estrutura de penalidades para homens que desejam evitar suas obrigações militares. 

Soldados ucranianos em um veículo de transporte de tropas em 27 de abril de 2024 (ilustração).
Soldados ucranianos em um veículo de transporte de tropas em 27 de abril de 2024 (ilustração). AFP - GENYA SAVILOV
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Com informações do correspondente da RFI em Kiev, Stéphane Siohan

Na Ucrânia, várias centenas de homens já se anteciparam à nova lei 10-379, apresentando-se voluntariamente nos portões dos centros de recrutamento militar, especialmente aqueles com idade entre 25 e 27 anos, que agora poderão ser convocados para servir nas fileiras do exército a fim de cumprir seu dever de proteger a integridade do Estado.

Os homens nessa faixa etária devem atualizar seus dados administrativos, passar por um exame médico e ter o que é conhecido na Ucrânia como "bilhete militar". Se não o fizerem e forem parados na rua sem a documentação adequada, poderão enfrentar multas pesadas, que variam de € 200 a € 5.000 (entre R$ 1.110 e R$27.800) nos casos mais graves, considerados como uma tentativa de fugir da mobilização.

Sem entusiasmo

A nova legislação também abriu a porta para a mobilização de certas categorias de prisioneiros, que poderiam fornecer entre 15 mil e 20 mil soldados. Entretanto, o exército precisa de 300 mil a 400 mil homens.

Deve-se observar que os prisioneiros com perfis específicos foram excluídos desse esquema, como aqueles que cometeram crimes notoriamente graves, aqueles que comprometeram a segurança do Estado ou aqueles que estão sendo julgados por atos de corrupção. Dessa forma, o governo ucraniano quer evitar que certos indivíduos escapem da prisão entrando para o exército.

Por enquanto, não há grandes objeções à lei, mas também não há entusiasmo, pois o governo fez o possível para evitar o debate público sobre uma questão politicamente sensível.

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Rússia avança e reivindica ocupação de 12 vilarejos ucranianos

Moscou continua avançando no nordeste da Ucrânia, onde conquistou 12 aldeias na região de Kharkiv desde que lançou uma nova e importante ofensiva há uma semana, informou o Ministério da Defesa russo na sexta-feira (17).

As autoridades ucranianas afirmaram que os combates mais pesados estão ocorrendo nessa frente entre Strichela e Lipsy e Vovchansk, o principal alvo dos russos no momento.

O comandante das forças ucranianas, general Oleksandr Sirsky, disse também na sexta que a Rússia avançou em 70 quilômetros com suas tropas de combate, forçando a Ucrânia a mobilizar brigadas para a área de defesa, o que já está começando a surtir efeito. As autoridades continuam afirmando que a situação é difícil, mas relativamente estável. 

A cidade Kharkiv também foi alvo de ataques pesados nos últimos dias, inclusive na tarde de sexta-feira, no horário local, quando duas bombas deixaram feridos e mortos em uma área central.

Em uma entrevista exclusiva à AFP, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que esperava uma ofensiva russa mais ampla no norte e no leste com o objetivo de tomar Kharkiv. Zelensky insiste que a situação das tropas ucranianas está melhor hoje do que há uma semana e que não acredita que a Rússia tenha as forças necessárias para um novo ataque a Kiev.

O presidente ucraniano afirmou ainda que rejeitou a ideia de uma "trégua" na guerra com a Rússia durante os Jogos Olímpicos.

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