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Em Belém, Lula e Macron vão caminhar pela floresta para mostrar sintonia sobre questões ambientais

Com segurança reforçada, a capital paraense recebe, nesta terça-feira (26), por algumas horas, a partir das 15h30 (horário de Brasília), os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o francês, Emmanuel Macron. O líder europeu vai passar por quatro cidades brasileiras em sua primeira visita de Estado à America Latina.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumprimenta o chefe de Estado francês Emmanuel Macron, durante um encontro bilateral às margens da COP28, em Dubai, em 2 de dezembro de 2023.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumprimenta o chefe de Estado francês Emmanuel Macron, durante um encontro bilateral às margens da COP28, em Dubai, em 2 de dezembro de 2023. AFP - LUDOVIC MARIN
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Vivian Oswald, enviada da RFI a Belém 

A agenda começa com reunião em um barco na baía de Guajará e termina com lanche amazônico na Estação das Docas, ponto turístico da cidade, que será fechado ao público. A programação dos presidentes deve incluir uma passagem pela sorveteria mais tradicional da cidade, a Cairu.

Os preparativos despertaram a curiosidade da população. Ruas por onde passarão os comboios devem ser fechadas. A previsão é de transtorno, não apenas por conta do encontro presidencial, mas pela expectativa de quatro manifestações de trabalhadores na cidade, entre elas a de motoristas de Uber. Desde cedo, o policiamento já era intenso com trechos de ruas bloqueados e rondas de barcos da Marinha e da Polícia Federal na baía por onde passarão os dois líderes de Estado.

Homenagem a Raoni

Lula e o presidente francês se encontram pouco depois das 16h, em Belém, para tratar da agenda bilateral, sobretudo de sustentabilidade e sobre a COP30 que acontece no ano que vem na capital paraense. Eles percorrem a baía de Guajará, até a Ilha do Combu, onde visitam a linha de produção de cacau e chocolates sustentáveis Filha do Combu e, em seguida, devem fazer uma curta caminhada pela floresta. E parece que o trajeto, inspecionado pelas delegações, tem lama por conta das chuvas frequentes típicas de florestais tropicais, o que os obrigará a usar galochas. Pouco depois das 18h, Lula e Macron se reúnem com lideranças indígenas.

Na ocasião, o presidente francês vai condecorar com a “Légion d’honneur” (Legião de Honra) o líder dos caiapós e ativista Raoni. A Ordem Nacional da Legião de Honra é a condecoração máxima da nação francesa, instituída por Napoleão Bonaparte, que homenageia os méritos militares ou civis de uma personalidade à nação. 

Após a programação, cada um em sua aeronave, os dois presidentes seguem para o Rio de Janeiro, onde passam a noite. Na capital fluminense, eles participam da cerimônia de lançamento do submarino Tonelero na base Naval de Itaguaí, a partir das 10h30.

Na viagem de três dias pelo Brasil, Lula e Macron estarão juntos em três das quatro cidades incluídas na visita. A agenda do francês será intensa e cheia de surpresas. Estão ainda previstas caminhadas na Avenida Paulista, em São Paulo, e até pela Praça dos Três Poderes, em Brasília, a partir da qual o francês subiria a ladeira do Palácio do Planalto.

Assinaturas e acordos

Na capital federal, os dois devem anunciar e assinar pelo menos 15 dos 30 atos que estão em negociações entre os dois lados. Isso deve incluir a liberação de R$ 100 milhões em financiamento para iniciativas de desenvolvimento sustentável a partir de protocolo de intenções a ser firmado entre o BNDES, o Banco da Amazônia e a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD). Na pauta, além de guerra da Rússia na Ucrânia e conflito de Israel em Gaza, os presidentes brasileiro e francês também devem falar de eleições na Venezuela e da situação do Haiti.

Segundo Paris, a viagem é uma oportunidade de dar um novo impulso à dinâmica das relações franco-brasileiras em todos os aspectos, num momento em que as tensões e crises internacionais exigem mais do que nunca o fortalecimento desta parceria estratégica.

Ambos os países querem se reaproximar. Na semana passada, o Palácio do Eliseu referiu-se a um “eclipse de quatro anos, quase gelo” nas relações do período da presidência de Jair Bolsonaro. Mais recentemente, ao criticar o acordo Mercosul-Uniao Europeia, que está sendo negociado há quase um quarto de século, Macron trocou farpas com o presidente Lula.

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