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Com internet suspensa, 128 milhões de paquistaneses são chamados às urnas para eleições gerais

Os paquistaneses votam esta quinta-feira (8) em eleições legislativas e provinciais. Mais de 128 milhões de eleitores estão aptos a votar e cerca de 17 mil candidatos estão concorrendo. Aproximadamente 90 mil colégios eleitorais abriram as portas depois de um dia marcado pela violência na quarta-feira (7). A internet foi suspensa no país.

Eleitora chega a local de votação em Peshawar, Paquistão, 8/2/24.
Eleitora chega a local de votação em Peshawar, Paquistão, 8/2/24. REUTERS - FAYAZ AZIZ
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Com a correspondente da RFI em Islamabad, Sonia Ghezali e AFP

Longas filas se formam em frente aos locais de votação em grandes cidades como Islamabad. É difícil avaliar nesta fase a importância da mobilização. A participação é uma incógnita. Durante as eleições de 2018 apenas 51% dos eleitores votaram. Mas alguns eleitores não hesitaram em ir às zonas de voto.

As pesquisas apontam a vitória de Nawaz Sharif, de 74 anos e que retornou do exílio em outubro, que parece contar com o apoio do Exército, um personagem político central no país. Em caso de vitória, Sharif ocupará o cargo de primeiro-ministro pela quarta vez em sua carreira, como líder da Liga Muçulmana do Paquistão (PML-N).

O ex-primeiro-ministro e popular ex-jogador de críquete Imran Khan, de 71 anos, condenado a três longas penas de prisão, foi impedido de disputar as eleições, o que aumentou as suspeitas de parcialidade da Justiça. O partido de Khan, Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), sofreu com a detenção de vários integrantes e deserções forçadas. A legenda também foi proibida de fazer campanha.

“A situação é ruim, estou desapontado”, disse Mohammad Wasim à RFI. Mas voto no PPP, o partido popular, porque é o único partido que se preocupa com os pobres. » Para Haider, “é importante que toda nação se mobilize e vote. Se você não votar e ficar em casa, como espera ter bons líderes e uma economia? Não é possível".

Suspensão da Internet criticada

A grave crise econômica e política é o desafio das eleições que acontecem sob alta segurança. Na quarta-feira, vários ataques ocorreram nas províncias do Baluchistão contra candidatos e seus gabinetes. Mais de 600.000 forças de segurança foram mobilizadas para garantir a segurança dos eleitores.

Não há redes de telefonia móvel, nem internet desde esta manhã, uma medida tomada pelo Ministério do Interior por razões de segurança, considerada um mau presságio por alguns analistas políticos. A decisão também foi criticada pelos candidatos do PTI, partido de Imran Khan, que denunciam “um simulacro de democracia” porque “priva os eleitores do acesso à informação”.

Bomba atômica

O país foi governado durante décadas pelo Exército, mas em 2013 teve pela primeira vez um governo civil.

Imran Khan, que recebeu o apoio do Exército quando foi eleito em 2018, desafiou a instituição diretamente, ao acusar os militares de terem orquestrado sua destituição do cargo de primeiro-ministro em abril de 2022. A queda em desgraça de Khan favoreceu Nawaz Sharif. Apesar do favoritismo da PML-N, o resultado pode variar muito em função da taxa de comparecimento, em particular dos mais jovens.

A maioria absoluta parece um resultado muito difícil de alcançar para a PML-N, que provavelmente terá de formar uma coalizão, talvez com o Partido Popular do Paquistão (PPP), legenda herdada por Bilawal Bhutto Zardari, filho da ex-primeira-ministra assassinada Benazir Bhutto e do ex-presidente Asif Ali Zardari.

O Paquistão, que possui a arma atômica, tem uma posição estratégica entre Afeganistão, China, Índia e Irã, enfrenta muitos desafios. A segurança no país piorou desde que o movimento Talibã retornou ao poder no Afeganistão em agosto de 2021. A economia paquistanesa tem uma dívida gigantesca e o país registra inflação de quase 30%.

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