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Sonda japonesa realizou pouso na Lua com precisão rara; veja imagens

A pequena nave espacial japonesa SLIM fez jus ao apelido de “Moon Sniper”: pousou no último sábado (20) na Lua a 55 metros de seu alvo, um altíssimo grau de precisão, anunciou nesta quinta-feira (25) a agência espacial japonesa (Jaxa). As primeiras imagens da sonda foram reveladas hoje.

A sonda japonesa Slim conseguiu pousar na superfície lunar no último sábado, 5 de janeiro de 2024.
A sonda japonesa Slim conseguiu pousar na superfície lunar no último sábado, 5 de janeiro de 2024. © JAXA
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O objetivo de pousar o módulo em um raio de 100 metros do seu alvo foi, assim, alcançado – um sucesso importante, em comparação com os vários quilômetros de distância que costumam ser registrados nas missões lunares.

“O SLIM conseguiu pousar suavemente e com alta precisão”, celebrou a Jaxa.

O módulo poderia até ter pousado com ainda maior precisão se não tivesse tido problemas no motor nas últimas dezenas de metros da descida, que podem tê-lo separado ligeiramente de seu alvo, explicou Shinichiro Sakai, chefe do projeto SLIM (Smart Lander for Investigating Moon).

A Jaxa também publicou nesta quinta-feira as primeiras imagens deste pouso histórico para o Japão, que se tornou o quinto país do mundo a aterrissar com sucesso no satélite natural da Terra, depois dos Estados Unidos, da antiga União Soviética, da China e da Índia.

Uma das fotos, em cores, mostra o pequeno módulo SLIM (2,4m de comprimento, 1,7m de largura e 2,7m de altura) visivelmente intacto e colocado com ligeira inclinação em solo rochoso lunar.

Problema de energia

O feito japonês foi acompanhado de um problema importante: a sonda não conseguiu utilizar os seus painéis solares após a aterragem na Lua, o que forçou a Jaxa a cortar o fornecimento de energia menos de três horas depois, para poupar as baterias para uma possível tentativa de acioná-los.

A Jaxa espera poder ligar novamente o SLIM quando o ângulo do sol mudar na área de seu pouso, permitindo que os raios solares alcancem os painéis fotovoltaicos. “De acordo com nossas estimativas atuais, estamos nos preparando para relançar as operações de investigação até 1º de fevereiro”, disse a agência nesta quinta-feira.

O módulo pousou em uma pequena cratera com menos de 300 metros de diâmetro, chamada Shioli. Antes de ser desligada, a máquina conseguiu pousar normalmente seus dois mini-rovers, supostamente para realizar análises de rochas provenientes da estrutura interna da Lua (o manto lunar), ainda muito pouco compreendida.

Um desses dois rovers é uma sonda esférica chamada SORA-Q, pouco maior que uma bola de tênis, capaz de modificar seu formato para se mover na superfície lunar. A ferramenta foi desenvolvida pela Jaxa, em parceria com a gigante japonesa de brinquedos Takara Tomy.

Ir à Lua ainda é uma missão complexa

Mais de 50 anos após os primeiros passos humanos na Lua – dados pelos americanos em 1969 –, o satélite natural da Terra voltou a ser objeto de uma corrida global, nos últimos anos. O programa norte-americano Artemis prevê enviar astronautas de volta à Lua em setembro de 2026, com a intenção de construir uma base permanente no local.

A China tem planos semelhantes, concorrentes dos americanos.

As duas primeiras tentativas de pouso na Lua do Japão deram errado. Em 2022, uma sonda da Jaxa, Omotenashi, a bordo da missão americana Artemis 1, sofreu uma falha fatal na bateria logo após sua ejeção ao espaço.

No ano passado, um módulo de aterragem da jovem empresa privada japonesa ispace caiu na superfície da Lua, tendo perdido o passo crucial da descida suave. Chegar ao satélite da Terra continua a ser um imenso desafio tecnológico, mesmo para as grandes potências espaciais: a empresa privada americana Astrobotic, com contrato com a NASA, também não conseguiu, no início de janeiro, aterrissar a sua primeira nave espacial na Lua.

(Com informações da AFP)

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