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França quer “todos os reféns libertados”; acordo prevê troca de 10 israelenses a cada 30 palestinos

O governo israelense, o Hamas e a Jihad Islâmica, sob mediação do Catar, aprovaram o acordo de uma trégua militar temporária na Faixa de Gaza para a libertação de cerca de 50 reféns israelenses, um verdadeiro alívio para os familiares dos reféns e para a comunidade internacional. O anúncio, na noite de terça-feira (21), foi bem recebido por muitos líderes de todo o planeta.

Familiares e amigos dos 240 reféns do Hamas mantidos em Gaza durante uma manifestação em Tel Aviv, em 21 de novembro de 2023.
Familiares e amigos dos 240 reféns do Hamas mantidos em Gaza durante uma manifestação em Tel Aviv, em 21 de novembro de 2023. AP - Ariel Schalit
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A mídia israelense informou que os primeiros reféns não devem ser libertos até a manhã de quinta-feira (23), já que o acordo não pode ser implementado antes de 24 horas para dar aos cidadãos israelenses que desejarem tempo para recorrer à Suprema Corte para tentar impedir a libertação de certos detentos palestinos. Israel se comprometeu a não realizar ataques ou prisões na Faixa de Gaza durante a trégua temporária. 

A negociação contém seis páginas e prevê a liberação de 50 a 100 reféns israelenses em troca de 300 mulheres e crianças palestinas detidas por Israel. A troca será de dez reféns contra 30 prisioneiros palestinos por dia, segundo a mesma fonte, e acontecerá durante os dias de trégua. 

Segundo o Hamas, o acordo também prevê a passagem de centenas de caminhões que transportam ajuda humanitária e médica e combustível para Gaza, acrescentou o movimento islâmico palestino. O Catar liderou os esforços de mediação com os Estados Unidos e o Egito.

O presidente dos EUA, Joe Biden, saudou o avanço. "O acordo deve trazer mais reféns americanos para casa e não vou parar até que todos eles sejam libertados", disse ele em uma declaração emitida pela Casa Branca. Biden adicionou estar "extraordinariamente satisfeito com o fato de que algumas dessas almas corajosas, que suportaram semanas de cativeiro e dificuldades indescritíveis, serão reunidas com suas famílias assim que esse acordo for totalmente implementado". 

Três americanos, incluindo uma menina de 3 anos cujos pais foram mortos no ataque de 7 de outubro, devem ser soltos, disse uma autoridade americana. Mais da metade dos reféns tem dupla nacionalidade de cerca de quarenta países, incluindo a francesa.

França alinhada com União Europeia 

O presidente francês Emmanuel Macron optou pela sobriedade. Em uma mensagem publicada nesta quarta-feira (22), Macron saudou "o anúncio de um acordo para a libertação de reféns e uma trégua humanitária". "Estamos trabalhando incansavelmente para garantir que todos os reféns sejam libertados", repetiu ele, coincidindo com o pedido da União Europeia por um "esforço humanitário a mais" na região.

 

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen declarou que "a Comissão Europeia fará tudo o que estiver ao seu alcance para aproveitar essa pausa a fim de organizar um aumento na ajuda humanitária para Gaza", acrescentando que quer "intensificar as remessas (de ajuda) para Gaza o mais rápido possível".

Em entrevista à Franceinter, a ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, expressou seu alívio com o anúncio do acordo. "Devo saudar particularmente o Catar e os Estados Unidos". Entre os reféns, "esperamos que haja alguns franceses", especulou ela, referindo-se aos oito franceses ainda estão desaparecidos desde os ataques do Hamas.

Reações da comunidade internacional

O ministro britânico das Relações Exteriores, David Cameron, descreveu o acordo entre Israel e o Hamas como um "passo crucial para levar alívio às famílias dos reféns e resolver a crise humanitária em Gaza". O chefe da diplomacia britânica permaneceu cauteloso e pediu que "todas as partes garantam que o acordo seja respeitado em sua totalidade". 

Em Berlim, a ministra federal das Relações Exteriores alemã, Annalena Baerbock, saudou um "avanço" que "deve ser construído". "A trégua humanitária deve ser usada para levar ajuda vital ao povo de Gaza", acrescentou ela, ecoando a reação da União Europeia. 

A porta-voz diplomática russa, Maria Zakharova, saudou o acordo sobre uma trégua humanitária na quarta-feira. Moscou saúda o acordo entre Israel e o Hamas sobre uma pausa humanitária de quatro dias", disse Maria Zakharova, citada por agências de notícias russas.

Isso é exatamente o que "a Rússia vem pedindo desde o início da escalada do conflito". O presidente russo, que é a favor da criação de um "Estado palestino independente e soberano", reiterou seu pedido de cessar-fogo na cúpula virtual dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

(Com informações da AFP e Reuters)

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