Centenas de funcionários públicos alemães são forçados a deixar a Rússia
Centenas de funcionários públicos alemães, que trabalham principalmente nos setores de educação e cultura, terão que deixar a Rússia nos próximos dias a pedido de Moscou, informou uma fonte do governo alemão neste sábado (27).
Publicado em:
A medida acontece depois da decisão das autoridades russas que impõe à Alemanha reduzir significativamente seu pessoal diplomático e instituições públicas, como o centro cultural Goethe Institut e a escola alemã em Moscou, até ao início de junho, acrescentou.
Esta fonte confirmou a informação revelada, a princípio, pelo diário alemão Süddeutsche Zeitung, que cita uma "declaração diplomática de guerra de Moscou" a Berlim. É "uma decisão unilateral, injustificada e incompreensível", reagiu o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha.
Após uma recente redução da presença dos serviços secretos russos na Alemanha, sob pressão de Berlim, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia estabeleceu "em abril um teto para o número de pessoal diplomático alemão e organizações públicas" autorizados a permanecer na Rússia, explicou a mesma fonte.
“Este limite estabelecido pela Rússia [que deve entrar em vigor] desde o início de junho implica grandes cortes em todas as áreas da presença alemã”, de acordo com o Ministério, que não forneceu, no entanto, dados sobre o número de pessoas envolvidas. Mas uma fonte do governo especificou que a informação do Süddeutsche Zeitung, que cita centenas de pessoas, estaria "correta".
Presença diplomática
As autoridades alemãs tentaram nas últimas semanas fazer com que o Ministério russo revertesse sua decisão, mas sem sucesso, de acordo com o jornal.
Com isso, devido ao teto agora em vigor, e "para poder manter a presença diplomática alemã" no local, um grande número de funcionários do setor público alemão deve deixar o país, informou o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha. São funcionários diplomáticos e consulares, mas sobretudo pessoas que trabalham na cultura e na educação.
Em resposta, Berlim deve garantir um "equilíbrio real" em termos de presença recíproca com a Rússia, seguindo esta medida, informou o ministério.expuls
Em abril, a Rússia já havia anunciado a expulsão de cerca de 20 diplomatas alemães, em retaliação à medida semelhante tomada pelo governo alemão. A nova sanção ocorre quando as relações bilaterais entre Moscou e Berlim, antes estreitas, estão em baixa.
Reviravolta
A invasão russa da Ucrânia obrigou a Alemanha a uma grande reviravolta diplomática e econômica, depois de ter apostado, durante décadas, nestas duas áreas, em uma aproximação com a Rússia. Antes do início do conflito, Moscou era o principal fornecedor de gás da Alemanha e um de seus principais fornecedores de petróleo.
A Alemanha cortou seus suprimentos e se tornou um dos principais fornecedores de armas de Kiev, bem como um de seus maiores financiadores.
Mesmo assim, o chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou, na sexta-feira (26), estar pronto para "quando chegar a hora" de falar novamente com (Vladimir) Putin".
(Com informações da AFP)
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro