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Enchentes repentinas no Afeganistão deixam centenas de mortos e milhares de casas destruídas

Pelo menos 300 pessoas morreram nas enchentes que atingiram de forma repentina diversas províncias no Afeganistão e submergiu milhares de casas e hectares de plantações nesta sexta-feira (10). A província de Baglan, no norte, foi uma das mais atingidas.

Enchentes repentinas atingiram o nordeste do Afeganistão, deixando centenas de mortos.
Enchentes repentinas atingiram o nordeste do Afeganistão, deixando centenas de mortos. REUTERS - Sayed Hassib
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"Podemos confirmar, com base nas informações disponíveis, que 311 pessoas morreram na província de Baghlan", disse Rana Deraz, porta-voz do Programa Alimentar Mundial (PAM). Pelo menos "2.011 casas foram destruídas e 2.800 danificadas", acrescentou. O Ministério da Defesa afegão declarou estado de emergência em todo o nordeste do país.

Os resgates continuavam em andamento neste sábado em Baghlan, onde a Organização Internacional para as Migrações (OIM) divulgou um balanço provisório de 218 mortos.  As autoridades talibãs relataram "131 mortos e mais de uma centena de feridos".

De acordo com Abdul Mateen Qani, porta-voz do Ministério do Interior, 131 pessoas morreram em Baglan, mas que o número de vítimas  pode aumentar. "Muitas pessoas ainda estão desaparecidas", acrescentou. "Ao anunciar o estado de emergência, o Ministério da Defesa Nacional deu início à distribuição de alimentos, medicamentos e primeiros socorros às pessoas afetadas", afirmou.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de 2.000 casas foram destruídas. As províncias de Baghlan, Badakhshan (nordeste), Ghor (centro-oeste) e Herat (oeste) foram particularmente afetadas. A força aérea começou a retirar os moradores com a melhora do tempo e transferiu mais de 100 feridos para hospitais, acrescentou o Ministério do Interior. 

Mudanças climáticas

O Afeganistão é um dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas do mundo, mas também um dos mais despreparados para suas consequências, segundo cientistas. Desde meados de abril, enchentes súbitas já mataram cerca de 100 pessoas em dez províncias do país, atingindo várias regiões.

Os invernos no Afeganistão têm sido secos, dificultando a absorção dessas chuvas repentinas pelo solo e submergindo muitas plantações. No país, 80% dos mais de 40 milhões de afegãos dependem da agricultura para sobreviver e dois terços da população "sofrem de problemas relacionados à pobreza", segundo Firouzeh Nahavandi, professor da Universidade Livre de Bruxelas e especialista em Sudoeste Asiático.

RFI e AFP

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