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Sob críticas, chanceler alemão visita Xi Jinping para aprofundar relações econômicas

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, se reuniu nesta sexta-feira (4) com o presidente da China, Xi Jinping, em Pequim durante uma visita controversa em que expressou o desejo de aprofundar as relações econômicas com o governo chinês, apesar da crescente desconfiança entre Pequim e o Ocidente.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, é recebido por Xi Jingping em Pequim (4/11/22).
O chanceler alemão, Olaf Scholz, é recebido por Xi Jingping em Pequim (4/11/22). AP - Kay Nietfeld
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Scholz, recebido no Grande Salão do Povo de Pequim se tornou o primeiro chefe de governo do G7 e da União Europeia (UE) a visitar a China desde o início da pandemia.

A viagem traz à tona um acordo de investimento global entre China e Europa que a ex-chanceler Angela Merkel tentou concluir há dois anos, lembra o correspondente da RFI em Pequim, Stéphane Lagarde.

A visita de apenas um dia, após a reeleição de Xi Jinping como líder do Partido Comunista e do país, é analisada com muitas críticas não apenas na Alemanha, mas por aliados como UE, França e Estados Unidos.

O chanceler alemão declarou que deseja "ampliar" as relações econômicas entre Alemanha e China, mas reconheceu que os países têm "pontos de vista diferentes”.

"É bom que possamos ter uma conversa aqui sobre todas as questões, incluindo aquelas sobre as quais temos perspectivas diferentes - é para isso que serve uma conversa", disse Scholz.

"Também queremos falar sobre como podemos desenvolver ainda mais nossa cooperação econômica em outras áreas: mudança climática, segurança alimentar, países endividados", acrescentou.

O chanceler alemão também mencionou as "grandes tensões provocadas em particular pela guerra da Rússia na Ucrânia", um conflito em que os países ocidentais entendem a "neutralidade" de Pequim como um apoio tácito a Moscou.

Xi afirmou que a visita "estimulará o entendimento e a confiança mútua" e "aprofundará a cooperação prática em vários campos", de acordo com a imprensa estatal.  

Visita controversa

Com a viagem, o chefe de governo social-democrata segue os passos da antecessora democrata-cristã, Angela Merkel, que viajou 12 vezes à China em 16 anos. Na comitiva de Scholz estão executivos de grandes empresas alemãs, como Volkswagen e BASF.

Porém, a dependência da maior economia europeia em relação à China, onde as empresas alemãs geram uma parte importante de seus lucros, é cada vez mais questionada.

"Com sua viagem à China, o chanceler dá continuidade a uma política externa que levou a uma perda de confiança na Alemanha entre nossos sócios mais próximos", criticou o deputado de oposição Norbert Röttgen.

Mesmo dentro da coalizão de governo, a ministra das Relações Exteriores, a ecologista Annalena Baerbock, pediu para a Alemanha "não depender mais de um país que não compartilha nossos valores" por causa do risco de ser "politicamente vulnerável a chantagens".

Bolha sanitária

A visita se deu sob forte protocolo sanitário, pois a China ainda tenta impor uma política de zero Covid. Ao desembarcar do avião, a delegação alemã, de quase 60 pessoas, foi recebida pela guarda militar e por profissionais de saúde com equipamentos de proteção para testes de Covid-19.

Berlim informou que Scholz fez o exame com um médico alemão, mas supervisionado por funcionários chineses.

Os integrantes da comitiva foram instruídos a evitar contatos no local e os interlocutores chineses que participarem dos encontros, incluindo Xi Jinping serão submetidos a quarentas, informa o correspondente da RFI na China.

Poucos dias antes da viagem, o chanceler alemão autorizou uma participação chinesa no terminal portuário de Hamburgo (norte).

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