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Egito/condenação

Ex-líder egípcio Hosni Mubarak é condenado à prisão perpétua

Após dez meses de processo, o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak foi condenado neste sábado pelo Tribunal Penal do Cairo à prisão perpétua pelo massacre de cerca de 850 manifestantes durante a revolta de 2011 no país. Os advogados do ex-líder anunciaram que vão recorrer da decisão.

El ex "Rais", Hosni Mubarak, en la prisión del  Tribunal del Cairo a la espera de su condena  a cadena perpetua el  2 de junio de 2012
El ex "Rais", Hosni Mubarak, en la prisión del Tribunal del Cairo a la espera de su condena a cadena perpetua el 2 de junio de 2012 REUTERS/Egypt TV
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Mubarak, 84 anos, que dirigiu o Egito por 30 anos e renunciou a presidência em fevereiro de 2011, estava até então detido em prisão preventiva em um hospital militar da capital egípcia. Logo após o anúncio da decisão do tribunal, ele foi transferido à ala médica da prisão de Tora, nos arredores do Cairo. Seu ex-ministro do Interior, Habib el-Adli, foi igualmente condenado à prisão perpétua.

Durante a chegada à prisão de Tora, Mubarak recusou, às lágrimas, sair do helicóptero que o transportou. O ex-ditador estaria sofrendo de uma depressão, câncer e crises cardíacas, e seu estado de saúde teria se agravado hoje após a condenação.

A televisão egípcia mostrou o ex-líder de óculos escuros e impassível durante a leitura de seu veredito, dentro da prisão do tribunal. Dezenas de pessoas, entre partidários e opositores de Mubarak, acompanharam o julgamento no local. Um grande número de manifestantes apoiaram a condenação do ex-presidente pelas ruas da capital.

Eleições

O julgamento acontece em pleno processo de eleições de seu sucessor no Egito. Seu ex-primeiro ministro Ahmad Chafiq enfrentará brevemente, no segundo turno das presidenciais egípcias, o candidato do partido Irmãos Muçulmanos, Mohammed Morsi. O porta-voz deste partido, Yasser Ali, criticou a condenação do ex-presidente. Para ele, tanto Mubarak como seus ex-governantes acusados, deveriam ser julgados com provas "mais sólidas". "O ministério público não cumpriu seu dever na coleta adequada de dados para condenar o acusado por ter assassinado manifestantes", declarou.

O ex-ministro da Defesa de Israel, Binyamin Ben Eliezer, também se manifestou contra a decisão. "Gostaria de um pouco mais de clemência da parte do tribunal para aquele que dedicou toda a sua vida ao povo egípcio", defendeu. Mubarak participou do acordo de paz em 1979 entre o Estado hebreu e o Egito.

Nascido em 4 de maio de 1928 em uma família burguesa do delta do Nilo, Hosni Mubarak, fazia parte do exército egípcio até tornar-se comandante das forças aéreas do país e, logo depois, em 1975, vice-presidente do Egito.

Casado com Suzanne Thabet, ele tem dois filhos, Alaa e Gamal, que também foram julgados por corrupção, mas não foram condenados. Até a queda do regime de seu pai, Gamal Mubarak era apontado como o presidente sucessor no país.
 

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