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Egito/Justiça

Ex-assessor de Mubarak é condenado a 7 anos de prisão por corrupção

Zakaria Azmi, ex-diretor de gabinete do ditador egípcio Hosni Mubarak, afastado do poder por uma revolta popular no ano passado, foi condenado neste domingo a sete anos de prisão por corrupção. A sentença pronunciada por um tribunal penal do Cairo também impõe ao ex-assessor multa de US$ 6,2 milhões.

As eleições presidenciais mobilizam os egípcios em debates acalorados na praça Tahrir, conforme mostra a imagem feita neste sábado 27 de maio no Cairo.
As eleições presidenciais mobilizam os egípcios em debates acalorados na praça Tahrir, conforme mostra a imagem feita neste sábado 27 de maio no Cairo. REUTERS/Suhaib Salem
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Assessor de Mubarak desde 1989, Zakaria Azmi foi impedido de deixar o Egito graças a uma proibição de saída do território decretada pela justiça em março de 2011, um mês após a queda do ex-ditador egípcio. O ex-chefe de gabinete foi colocado em regime de prisão preventiva, assim como outros colaboradores do antigo regime, e passou a ser julgado em outubro por corrupção.

O anúncio da condenação acontece num momento histórico da era pós-Mubarak, em plena campanha para o segundo turno das eleições presidenciais, nos dias 16 e 17 de junho. Os dois finalistas, o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohamed Mursi, e o general da reserva Ahmed Chafiq – último primeiro-ministro de Mubarak – buscam o apoio de uma opinião pública bastante dividida e se colocaram como defensores da revolução realizada no ano passado.

Os resultados oficiais da votação serão divulgados nos próximos dias. O esquerdista Hamdeen Sabahy, terceiro colocado, declarou que vai questionar os resultados na justiça devido a "irregularidades".

O primeiro turno polarizou os egípcios entre aqueles que desejam evitar a eleição de um político religioso e os que temem a volta de políticos ligados ao deposto regime. A ascensão do ex-colaborador reflete a preocupação de muitos egípcios com a desordem e com a violência política que assola o país desde a deposição de Mubarak.

Chafiq é apoiado pela comunidade cristã copta – cerca de 10% da população -, preocupada com um eventual governo islâmico. Os coptas veem com temor as propostas da Irmandade Muçulmana  para a adoção de uma legislação islâmica. Entretanto, os jovens, principais agitadores da revolução, o acusam de ser o candidato dos militares que ocupam atualmente o poder.

A Irmandade lançou uma forte campanha contra o ex-premiê, afirmando que ele coloca as mudanças no país “em perigo”. “Nós precisamos de um país democrático, e Chafiq é contra a democracia”, declarou um dirigente do partido, Essam el-Eriane.

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