Militares dissidentes acusam governo sírio de atentados

O Exérctio Sírio Livre (ESL), formado por militares dissidentes, acusou o regime sírio de ter ordenado os dois atentados com carros-bomba em Alepo para “desviar a atenção” da repressão. Os atentados aconteceram nesta sexta-feira e deixaram 25 mortos e 175 feridos.

Carros danificados em um dos dois ataques a bomba em Alepo, na Síria, nesta sexta-feira. REUTERS

“Este regime criminoso mata nossos filhos e ataca em Alepo para desviar a atenção do que está acontecendo em Homs”, afirmou o coronel Maher Nouaimi, porta-voz do ESL.

Segundo o ministério da Saúde, o duplo ataque tinha como objetivo dois prédios das forças de segurança em Alepo. Ao mesmo tempo, tanques do exército ocuparam um bairro de Homs, no centro do país, foco da resistência contra o regime.

O Exército sírio tomou as ruas de todas as cidades da Síria para impedir as manifestações previstas para após as orações semanais, como acontece todas as sextas-feiras desde o começo das manifestações em março de 2011. Segundo manifestantes, os militares atiraram em fiéis em algumas localidades.

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), as forças de segurança eram mais numerosas que os fiéis em algumas mesquitas na cidade de Banias, no oeste do país, e atiraram contra as pessoas que saíam da oração em Homs e em Lattaquié.

Uma presença militar importante também foi observada em Darayya e em Douma, perto da capital, Damasco.

As manifestações foram convocadas através da página no Facebook do Syrian Revolution 2011, para denunciar o apoio da Rússia ao regime do presidente Bashar Al Assad.

Após o veto que bloqueou no sábado toda ação internacional contra o governo sírio, Moscou continua defendendo sua posição. O vice-ministro russo de Assuntos exteriores, Serguei Riabkoy, acusou o Ocidente de ser cúmplice do agravamento da crise apoiando os opositores. Segundo ele, a oposição era responsável pelo banho de sangue.