França ameaça acabar à força com acampamento em Calais
As autoridades francesas ameaçam acabar à força com uma parte do acampamento da "selva" em Calais, no norte do país. O governo deu um prazo até terça-feira para os migrantes deixarem o local.
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A medida foi anunciada na noite de sexta-feira (19) pelo governo local, que pediu a "urgente" evacuação do campo da "zona sul", também conhecida como "o pântano". A maioria das associações humanitárias presentes recusou a proposta.
Segundo a prefeitura, de 800 a 1.000 migrantes vivem nesta região. As organizações humanitárias falam que, na realidade, tratam-se de 2 mil pessoas, ou seja, a metade da "selva".
Instrumentalização política
Em um comunicado, a prefeitura evocou "abusos" cometidos pelos migrantes, que causaram "um agravamento do nível de tensão" com "a população local" nas últimas três semanas. Segundo as autoridades, os abusos "são instrumentalizados pelos movimentos extremistas".
O texto lembra as agressões aos estrangeiros feitas por “integrantes de grupos radicais” e ressalta que “o apelo ao ódio dos sites de extrema-direita e esquerda” são preocupantes.
A prefeitura ordenou "aos ocupantes 'do pântano' em Calais a se retirar e a deixar todos os bens situados na zona chamada 'sul' do campo (...) no mais tardar em 23 de fevereiro de 2016 às 20h locais” (16h em Brasília). Passado este prazo, "será efetuada a evacuação dos ocupantes desta zona, se necessário com a participação da força pública", completa o comunicado.
Os migrantes podem escolher entre um abrigo provisório aberto em janeiro, na parte norte do campo e com uma capacidade para 1,5 mil pessoas, ou os diferentes centros criados em outras partes da França. Há cerca de um mês, uma operação para acabar com um outro eixo ocupado por migrantes em Calais foi realizada sem incidentes nem o recurso à força.
Com informações da AFP
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