França e Alemanha querem frear chegada de migrantes da Turquia à EU
A crise migratória foi o principal tema de uma reunião nesta sexta-feira (5) em Atenas entre representantes da Grécia, França e Alemanha. Os representantes de Berlim e Paris reafirmaram que a Turquia deve contribuir ainda mais para conter a chegada de migrantes na União Europeia (UE).
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Os ministros do Interior da França e da Alemanha estimaram que é preciso frear a chegada de migrantes, que entra no bloco europeu pela Turquia. "O objetivo não pode ser registrar os refugiados que chegam e direcioná-los de maneira igualitária nos diferentes países da EU. O objetivo é principalmente diminuir o fluxo de refugiados", afirmou o ministro alemão Thomas de Maizière, ao encerrar uma viagem de dois dias, durante a qual visitou centros de acolhimento de migrantes. Mas para isso, os europeus insistem que é necessário, acima de tudo, reduzir o número de pessoas que partem do litoral turco.
Para o ministro grego do Interior, Panaïotis Kouroublis, uma das soluções seria considerar a Turquia como um país seguro. Esse procedimento permitiria enviar os requerentes de asilo de volta para o território turco. Mais de 2,2 milhões de sírios e 300 mil iraquianos que fugiram de seus países em guerra vivem atualmente na Turquia.
Espaço Schengen em perigo
A principal constatação dos ministros do Interior reunidos em Atenas é que o futuro da livre circulação no espaço Schengen está em perigo. “O meu medo é que tudo o que construímos durante décadas seja destruído em pouco tempo”, declarou o representante de Berlin.
Já o ministro francês Bernard Cazeneuve chamou a atenção para a questão da segurança no bloco. Para ele, os dados registrados na zona de livre circulação de pessoas de Schengen devem incluir informações sobre "terrorismo proveniente da polícia e dos serviços de inteligência”. Na opinião do francês, "é preciso criar as condições para relacionar o sistema Schengen com outros registros criminais."
A União Europeia aprovou as modalidades para o financiamento de um fundo de ajuda de € 3 bilhões destinados aos refugiados sírios que se encontram na Turquia. O valor foi prometido pelo bloco em troca de que Ancara freie a chegada de migrantes à UE. Em 2015, um milhão de migrantes chegaram à Europa, em sua maioria cruzando o mar Egeu.
Um total de 3.700 pessoas morreram ou desapareceram nas perigosas travessias. Em janeiro, 360 pessoas morreram nessas viagens.
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