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Terrorismo

Pai de francês preso por ameaçar escolas diz que filho "é revoltado"

Depois de semanas de investigação, a polícia prendeu na segunda-feira (8) em Dijon, no nordeste da França, um adolescente suspeito de envolvimento nas ameaças de bomba nas escolas do país. Entrevistado pela mídia francesa nesta terça-feira (9), o pai garante que o filho "é apenas um revoltado" e não um terrorista.

Daniel Lauton, pai de um dos suspeitos das ameaças às escolas francesas, não acredita que o filho tenha participado das ações.
Daniel Lauton, pai de um dos suspeitos das ameaças às escolas francesas, não acredita que o filho tenha participado das ações. Captura vídeo
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O rapaz de 18 anos foi detido para interrogatório, na residência de sua família. Os investigadores chegaram até ele ao descobrirem que o endereço IP de seu computador estava relacionado às ameaças enviadas às escolas francesas. O rapaz teve seus aparelhos eletrônicos apreendidos, mas seu papel nas ações anônimas ainda não foi divulgado pelas autoridades.

"Não é um criminoso"

Entrevistado pela rádio France Info nesta manhã, Daniel Lauton, o pai do garoto, não acredita que o jovem esteja realmente envolvido nas ameaças. "Não é o tipo de pessoa que vai colocar uma bomba em uma escola. Não é um criminoso ", defendeu.

Em contrapartida, Lauton admitiu que o filho tem muitos conhecimentos na área da informática, mas que não os utiliza para perturbar a ordem pública. "É um adolescente como qualquer outro, um pouco revoltado, no estilo do Anonymous", disse, em referência à organização hacker anarquista.

Lauton contou que estava presente no momento em que o rapaz foi preso. "Os policiais chegaram, se apresentaram, dirigiram-se ao quarto de meu filho e disseram que iriam detê-lo por cumplicidade de ameaça a bens e pessoas. Fiquei muito surpreso", reiterou.

Jovem era conhecido por piratagem informática

O adolescente foi enviado no mesmo dia a Paris, onde são realizadas as investigações sobre as ameaças de bombas em escolas francesas. A detenção para interrogatório foi prolongada nesta terça-feira.

Segundo uma fonte policial, o jovem hacker já era conhecido pela justiça por piratagem informática. Ele teria oferecido seus conhecimentos na área para participar da ação anônima nos estabelecimentos de ensino do país.

Até o momento, todas as ameaças são falsas

Entre o dia 26 de janeiro e 1° de fevereiro, vários estabelecimentos de ensino de Paris e Lyon, na França, receberam ameaças anônimas por telefone. Na segunda-feira, cerca de 2 mil pessoas foram retiradas do Liceu de Belfort e centenas do Colégio de Montreux-Château, no nordeste do país depois de receber a ligação.

As ações têm sempre a mesma estratégia: avisar que uma bomba foi colocada no local através de uma mensagem telefônica gravada que também diz: "todos vocês vão morrer". Em todas as ocasiões, as escolas são esvaziadas e as aulas são suspensas, enquanto a polícia, especialistas em desminagem e bombeiros vasculham os locais. Até o momento as autoridades não encontraram qualquer artefato explosivo nos estabelecimentos vítimas das ameaças.

Hackers dizem que as ações não passam de "uma brincadeira"

Escolas do Reino Unido e da Austrália também vêm sendo vítimas dos falsos alertas nas últimas semanas. Há alguns dias, o autoproclamado grupo de internautas Evacuation Squad (Brigadas da Evacuação, em português), formado por hackers russos e iranianos, reconheceu a uma jornalista australiana ser autor de algumas das ameaças, que consideram "uma brincadeira".

As ações acontecem mediante um pagamento ao grupo, que varia de US$ 5 a US$ 10. Os investigadores trabalham com a possibilidade de que elas tenham sido encomendadas pelos próprios estudantes das escolas ameaçadas.

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