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Caso Dani Alves: feministas espanholas comemoram, apesar de jogador ter escapado de condenação longa

Alguns jornais da França reagem, nesta sexta-feira (23), a condenação de quatro anos e seis meses de prisão do brasileiro Daniel Alves por estupro de uma jovem em sentença proferida na quinta-feira (22) pelo Tribunal de Barcelona. As reportagens apontam a amizade com Neymar como ponto-chave para a pena considerada "mínima". O crime ocorreu em 30 de janeiro de 2022 em uma boate na cidade espanhola. 

Dani Alves e Neymar Jr. juntos em Barcelona em 2014 (Imagem ilustrativa).
Dani Alves e Neymar Jr. juntos em Barcelona em 2014 (Imagem ilustrativa). AFP/Archives
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O Le Parisien recorda que o ex-craque do Barcelona, do Paris Saint-Germain e da seleção brasileira, foi condenado também a pagar € 150 mil de indenização à vítima (cerca de R$ 800 mil), além de todas as custas judiciais e legais e uma multa de € 9 mil (R$ 48 mil) por agressão e lesão corporal.  

Neste ponto, o jornal cita a imprensa brasileira e destaca que a indenização, paga com a ajuda de Neymar Jr, brasileiro que também já foi estrela do Barça e do PSG, possibilitou uma condenação menor graças a Neymar Jr. 

Neymar teria ajudado o colega depois que Alves teve todas as suas contas congeladas e "todos os contratos quebrados". A publicação aponta que o valor de € 150 mil foi transferido antes mesmo de os tribunais espanhóis divulgarem a decisão. Segundo o Parisien, “um gesto sem dúvida aconselhado por seus advogados e visto "como uma circunstância atenuante" pelo tribunal”.  

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A reportagem critica que "apesar de a fama não comprar inocência, compra ao menos alguns anos a menos de prisão". Nos círculos do futebol, as reações foram poucas e distantes, diz o jornal. Imediatamente após a divulgação da notícia “nenhum jogador comentou publicamente a sentença do ex-colega e nem mesmo os ex-clubes de Alves se posicionaram". 

Movimento feminista da Espanha

A condenação de Dani Alves foi motivada pela aplicação da lei espanhola conhecida como "Solo si es si" ("somente sim é sim” ou “só se for sim"), introduzida pelo governo socialista de Pedro Sanchez, há dois anos. 

Para o movimento feminista da Espanha, liderado por Irene Montero, ex-ministra da Igualdade e quem propôs a lei, essa condenação é um passo na direção certa. "É o resultado da luta feminista pelo direito à liberdade sexual, onde o consentimento está no centro de tudo. A impunidade é coisa do passado. O veredicto do tribunal indica claramente que Daniel Alves cometeu uma agressão sexual. [...] As coisas estão começando a mudar na Espanha”, acredita ela. 

O esportivo francês L’Équipe, questiona em uma reportagem “Por que Daniel Alves escapou de uma pena mais pesada?”. E aponta também a ajuda financeira de Neymar como atenuante da pena.  

As sentenças variam de quatro a 12 anos de prisão, sendo o pedido do Ministério Público espanhol de nove anos e a acusação solicitava 12 anos de reclusão. No entanto, Alves foi condenado "quase à sentença mínima", afirma o texto.  

A defesa de Daniel Alves, por sua vez, segue posicionada na versão de que a jovem havia consentido o ato sexual e alegou que irá recorrer da sentença. 

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