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Agricultores continuam protestos na Espanha e tratores voltam a tomar rodovias

Os agricultores espanhóis se concentraram nesta quinta-feira (8) pelo terceiro dia consecutivo em vários pontos do país para denunciar as dificuldades do setor. No dia seguinte a uma demonstração de força em Barcelona, filas de tratores voltaram a tomar as rodovias.

Agricultores protestam em Castellon, na Espanha
Agricultores protestam em Castellon, na Espanha REUTERS - EVA MANEZ
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Os bloqueios foram organizados pelos três sindicatos representativos do setor agropecuário: Asaja (Associação Agrária Jovens Agricultores), Coag (Coordenadoria de Organizações de Agricultores e Pecuaristas) e UPA (União de Pequenos Agricultores e Pecuaristas). Eles justificaram a ação pelo "mal-estar" de grande parte da categoria, que se queixa de um trabalho "difícil e precário".

Nos dois dias anteriores, os protestos dos agricultores e pecuaristas foram convocados por grupos de WhatsApp ou organizações minoritárias. Os agricultores querem que "esta enorme mobilização possa ser utilizada durante as negociações", afirmou Marcos Alarcón, vice-secretário da UPA em um vídeo publicado na rede X.

Segundo os sindicatos, as principais manifestações foram realizadas no centro do país, em Salamanca, Ciudad Real e Ávila. Em Barcelona, invadida na quarta-feira por quase mil tratores, dezenas de agricultores passaram a noite no centro da cidade, mas a maioria se retirou nesta manhã.

De acordo com o ministério do Interior, vários manifestantes foram detidos nesta quinta, elevando para 19 o total desde que o movimento de protesto começou.

Os agricultores e pecuaristas espanhóis se queixam da burocracia e da complexidade das normas europeias, assim como dos preços baixos de venda de seus produtos e da concorrência, que consideram desleal, dos produtos estrangeiros.

As mobilizações ocorrem enquanto os protestos diminuem em outros países europeus. As manifestações resultaram em confrontos pontuais entre manifestantes e policiais, que agiram para tentar suspender alguns bloqueios.

"Forças de ordem têm que agir"

"Há um mal-estar inquestionável", admitiu o ministro dos Transportes, Óscar Puente, em uma entrevista à emissora de TV Antena 3, mas "se o país é bloqueado, as forças de ordem têm que agir".

A associação que representa os supermercados espanhóis, Anged, pediu às autoridades que tomem "as medidas necessárias a fim de garantir a livre circulação de pessoas e mercadorias". Ele lembrou que os protestos podem acabar tendo um impacto econômico.

Durante um encontro com a imprensa na tarde de quarta-feira, o ministro da Agricultura, Luis Planas, disse que o governo espera "continuar, com diálogo e compromisso, o trabalho em busca de soluções".

O presidente do governo, o socialista Pedro Sánchez, comprometeu-se a melhorar a lei de 2013 sobre a cadeia de alimentos para evitar prejuízos ao setor agropecuário. Também prometeu simplificar a aplicação da Política Agrícola Comum (PAC) europeia, considerada excessivamente burocrática pelos agricultores.

A Espanha, frequentemente descrita como a "horta da Europa", é o primeiro exportador europeu de frutas e hortaliças, mas seu setor agrário atravessa dificuldades, devido sobretudo à seca que assola o país há três anos.

Com informações da AFP

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