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União Europeia se opõe ao bloqueio de Gaza e à suspensão da ajuda financeira aos palestinos

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, indicou nesta terça-feira (10) que a maioria dos 27 países da União Europeia (UE) são contra o isolamento imposto por Israel à Gaza e apoiam a continuidade da assistência financeira aos palestinos. O anúncio foi feito antes do final de uma reunião do bloco sobre a questão.

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, durante coletiva de imprensa em Mascate, no Omã, nesta terça-feira, 10 de outubro de 2023.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, durante coletiva de imprensa em Mascate, no Omã, nesta terça-feira, 10 de outubro de 2023. AFP - -
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Em Omã, após uma reunião com o Conselho de Cooperação do Golfo, Borrell conversou com a imprensa no momento em que ocorria uma assembleia extraordinária dos ministros das Relações Exteriores da União Europeia, em Bruxelas. Segundo ele, "uma maioria esmagadora" se opôs à suspensão da ajuda. 

A União Europeia, principal apoio financeiro dos palestinos previu gastar € 1,2 bilhão entre 2021 e 2024 para financiar projetos nos Territórios Palestinos, principalmente nas áreas da educação e saúde. 

Na segunda-feira (9), um porta-voz da Comissão Europeia provocou surpresa ao indicar que o programa da UE de ajuda ao desenvolvimento dos palestinos seria reexaminado. O anúncio suscitou reações de diversos países do bloco, como a Espanha, a Irlanda e a França, que se posicionaram contra a iniciativa. Nesta terça, Bruxelas voltou atrás e afirmou que nenhum pagamento seria interrompido enquanto a reavaliação estivesse sendo realizada.

No entanto, a Dinamarca e a Suécia anunciaram a suspensão de seus programas de assistência. Segundo Copenhague, o objetivo é "garantir que os fundos dinamarqueses não sejam utilizados em causas equivocadas, especialmente para apoiar indiretamente organizações terroristas que atacam Israel". Mesmo tom do lado de Estocolmo, que suspendeu a ajuda "até nova ordem".

Por outro lado, Borrell indicou que a informação veiculada por algumas mídias de que a Alemanha decidiu cancelar sua ajuda aos palestinos é "falsa". O chefe da diplomacia europeia indicou que os países poderiam avaliar seus programas a médio e longo prazo, "mas não suspendê-los".

Antes do início da reunião em Bruxelas, a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, pediu que a Autoridade Palestina se afaste do Hamas. "Distanciem-se deste terror. Nada pode justificá-lo", afirmou em um comunicado. "Vocês têm obrigações, inclusive com sua própria população", reiterou Baerbock.   

Direito internacional

O chefe da diplomacia europeia também afirmou que o respeito do direito internacional significa um "não ao bloqueio de água, de alimentos ou de eletricidade" na Faixa de Gaza. Mais cedo, a ONU criticou o cerco de Israel ao enclave palestino que coloca "em perigo a vida de civis, privando-os de bens essenciais a sua sobrevivência". 

Borrell anunciou que os 27 países membros do bloco são a favor de um corredor humanitário na Faixa de Gaza. O objetivo seria permitir a retirada da população do território através do Egito.

"Israel tem o direito de se defender", indicou. "Mas isso precisa ser feito em conformidade com o direito internacional", acrescentou. 

"O Hamas é uma organização terrorista, a Autoridade Palestina é outra coisa, é um parceiro", insistiu. "Todos os palestinos não são terroristas. Uma punição coletiva contra os palestinos seria injusta e contraprodutiva", ressaltou.

Segundo o chefe da diplomacia europeia, em Omã também foi feita a ratificação de "um apoio financeiro durável aos palestinos" junto ao Conselho de Cooperação do Golfo. Borrell reiterou que as duas partes "sublinharam a importância" da continuação da assistência à Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA, sigla em inglês).

(Com informações da AFP)

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