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Atitude branda de Macron em relação à Rússia causa incômodo com países do leste europeu

O jornal Le Figaro desta terça-feira (7) trata do incômodo que a atitude do presidente francês, Emmanuel Macron, vem causando nos países do leste europeu. "As gafes que isolam a França" é o título da matéria que destaca a tentativa do chefe de Estado de estender a mão à Rússia.

O presidente francês, Emmanuel Macron, adota um posicionamento em relação à Rússia considerado brando por líderes do leste europeu.
O presidente francês, Emmanuel Macron, adota um posicionamento em relação à Rússia considerado brando por líderes do leste europeu. AFP - LUDOVIC MARIN
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Segundo o diário, uma frase pronunciada por Macron, durante uma entrevista ao canal francês TF1 na semana passada, fez líderes do leste europeu rangerem os dentes. "O que estamos dispostos a fazer oferecendo garantias de segurança à Rússia no dia em que ela voltar à mesa das negociações?" - declarou o presidente. 

A atitude suscitou incredulidade por parte do ex-presidente estoniano, Toomas Hendrik, que tuitou: "FFS", uma abreviação da expressão em inglês "for fuck's sake" (pelo amor de Deus). Para Mykhailo Podoliak, conselheiro do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a frase proferida por Macron é "ingênua" e "perigosa". Segundo ele, "o mundo precisa de garantias para a segurança contra as intenções bárbaras da Rússia".

Aliada histórica da França, a Alemanha também deu sinais de insatisfação com a declaração de Macron. Para o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores alemão, ao fazer a polêmica afirmação, o presidente francês "assume a narrativa do Kremlin". 

Le Figaro lembra que o posicionamento da França não é novo. Em junho, Macron já havia declarado que era preciso agir com cautela para "não humilhar a Rússia". Antes do início da guerra na Ucrânia, o chefe de Estado também defendia "um diálogo estratégico e histórico" com o presidente russo, Vladimir Putin. 

Nova estratégia ucraniana

O jornal Le Parisien trata do que parece ser uma nova estratégia ucraniana: o uso de drones para bombardear bases militares russas. Nesta semana, foram dois ataques, o último deles ocorreu na terça-feira (5) contra um aeródromo na região russa de Kursk, perto da fronteira com a Ucrânia. Na segunda-feira (4), duas bases militares russas a 500 quilômetros do território ucraniano, foram visadas. 

"Kiev poderá um dia atacar Moscou?", pergunta o diário. Entrevistado pelo jornal, Thibault Fouillet, da Fundação pela Pesquisa Estratégica da França, aponta a novidade do aspecto técnico desses bombardeios com drones. O especialista afirma que jamais a Ucrânia havia alcançado uma distância tão grande e que até agora "ignorava-se que Kiev estava dotada deste tipo de arma". 

Impossibilidade de fugir

O jornal La Croix trata da decisão de moradores de cidades retomadas do leste ucraniano de permanecer no local, mesmo diante da precariedade das estruturas devastadas pelo exército russo. O enviado especial do diário a Lyman e a Izium conversou com cidadãos que vivem nos escombros de prédios ou em porões de casa, sem aquecimento e energia elétrica, apesar do gélido inverno ucraniano

Em entrevista ao diário, eles dizem que muitos ucranianos têm medo de deixar o local onde nasceram e viveram sempre. Outros afirmam que não sabem para onde ir e como se instalariam com suas famílias em outras cidades. Boa parte dos moradores alega não ter dinheiro para bancar uma vida em outro lugar. 

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