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Macron viaja à Rússia e Ucrânia e tenta acelerar mediação da crise entre os dois países

O presidente francês, Emmanuel Macron, vai à Rússia e à Ucrânia na próxima semana para tentar acelerar uma mediação entre os dois países e tentar diminuir a tensão na fronteira russo-ucraniana. Macron, que exerce a presidência rotativa da União Europeia, se reúne na segunda-feira (7) com os presidentes Vladimir Putin, em Moscou, e na terça-feira (8) com Volodymyr Zelensky, em Kiev.

Crise na Ucrânia: por telefone, Emmanuel Macron e Vladimir Putin concordaram sobre "a necessidade de desescalada".
Crise na Ucrânia: por telefone, Emmanuel Macron e Vladimir Putin concordaram sobre "a necessidade de desescalada". AP - Ludovic Marin
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Nos últimos dias, o presidente francês realizou diversas conversas telefônicas sobre o tema com os dois líderes, além do presidente americano, Joe Biden, e demais lideranças europeias. Macron participará do encontro pessoalmente “em coordenação com os parceiros europeus”, frisou o palácio do Eliseu ao anunciar a viagem, na manhã desta sexta-feira (4).

Em uma ligação telefônica na quinta-feira, Putin e Macron conversaram sobre “garantias de segurança” exigidas por Moscou ante ao temor do avanço das forças da Otan na região. O Kremlin ressaltou que foi um “diálogo construtivo”.

Ao mesmo tempo, a União Europeia diz estar pronta para agir em caso de uma invasão da Ucrânia. Em uma entrevista ao jornal francês Les Echos e o alemão Handelsblatt, publicada nesta sexta, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que um pacote “robusto e completo” de sanções contra Moscou está pronto para ser adotado, caso tenha início um conflito militar.

As medidas iriam “do fechamento do acesso aos capitais estrangeiros ao controle de exportações de bens de primeira necessidade e componentes de alta tecnologia que a Rússia simplesmente não pode substituir, como os de inteligência artificial e armamentos”, explicou von der Leyen. O gasoduto Nord Stream 2, que levará gás russo à Alemanha, também poderia fazer parte do pacote, afirmou.

Relação “sem precedentes” entre Moscou e Pequim

Enquanto isso, as trocas de provocações permanecem entre as potências envolvidas na crise. Nesta manhã, por ocasião da abertura dos Jogos Olímpicos de inverno de Pequim, Putin destacou a relação “sem precedentes” do seu país com a China sob o líder Xi Jinping. Presente no evento, o presidente russo teve uma reunião com o chinês.

“As nossas relações bilaterais progrediram num espírito de amizade, de parceria estratégica, e chegaram a um nível realmente sem precedentes”, frisou Putin, no início do encontro, conforme mostrou a televisão russa.

O presidente russo, Vladimir Putin, participa de uma reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim, China, em 4 de fevereiro de 2022.
O presidente russo, Vladimir Putin, participa de uma reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim, China, em 4 de fevereiro de 2022. via REUTERS - SPUTNIK

O presidente russo observou ainda o “exemplo de relação digna, onde cada um ajuda e apoia o outro no seu desenvolvimento”. Moscou informou que, durante a visita, os dois países vão apresentar uma declaração sobre a “visão comum” de Moscou e Pequim sobre a segurança internacional. A assinatura de diversos acordos bilaterais também está prevista.

Americanos acusam russos de planejar farsa para invadir Ucrânia

Já os Estados Unidos afirmaram nesta quinta-feira (3) ter “provas” de que Moscou planeja produzir vídeos falsos de um ataque de ucranianos a russos para que sirvam como desculpa para um ataque real a seu vizinho.

"Temos informações de que os russos provavelmente querem inventar um pretexto para uma invasão", disse John Kirby, porta-voz do Departamento de Defesa. "Acreditamos que a Rússia poderia produzir vídeos de propaganda que incluiriam cadáveres, atores como enlutados e imagens de lugares destruídos" para justificar a invasão da Ucrânia, declarou ele a repórteres – sem, entretanto, apresentar nenhum material que comprovasse as alegações.

Moscou concentrou mais de 100 mil soldados e armamentos pesados na fronteira, movimentação que preocupa há meses o país vizinho e seus aliados ocidentais. Parte do plano consistiria em fazer com que o equipamento militar ucraniano usado no suposto ataque parecesse fornecido pelo Ocidente, denunciou Kirby, o que justificaria ainda mais as retaliações russas contra a Ucrânia.

"Já vimos esse tipo de atividade nos russos no passado e achamos importante que, quando vemos isso, possamos denunciá-lo", acrescentou o porta-voz.

Kiev, por sua vez, se mostrou mais cautelosa. O ministro da Defesa ucraniano, Oleksiï Reznikov, julgou como “fraco” o risco de uma “escalada significativa” do conflito.

(Com informações AFP e Reuters)

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