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Para Ucrânia, conflito com a Rússia ainda pode ser resolvido na base da diplomacia

A Ucrânia vê "possibilidades reais de uma solução diplomática" para a crise com a Rússia, após os esforços feitos pelos europeus nos últimos dias para evitar um conflito. A afirmação foi feita pelo ministro das Relações Exteriores do país, Dmytro Kuleba, nesta quarta-feira (9). 

Ucrânia reforçou defesa na fronteira com a Rússia em 2014 desde que Putin anexou a Crimeia
Ucrânia reforçou defesa na fronteira com a Rússia em 2014 desde que Putin anexou a Crimeia Sergey BOBOK AFP
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"Hoje existem possibilidades reais de uma solução diplomática", declarou Kuleba, ao receber o chanceler espanhol José Manuel Bueno, após as visitas do presidente francês, Emmanuel Macron, a Moscou, Kiev e Berlim. Segundo o ministro ucraniano, a situação é "tensa, mas sob controle".

Na terça-feira (8), em visita à Ucrânia, Macron garantiu que o presidente russo, Vladimir Putin, prometeu, na segunda-feira, não ser "a causa do aumento das tensões".

Kuleba considerou ainda que as sanções elaboradas pela União Europeia e pelos Estados Unidos, no caso de uma invasão russa e que "preveem decisões sem precedentes, muito dolorosas para a Rússia", são um "importante elemento dissuasivo."

A Rússia, segundo ele, provocou as tensões atuais porque "tenta se vingar da derrota da URSS (União Soviética) na Guerra Fria", comentou. Agora, afirmou, "trata-se de preservar toda arquitetura de segurança na Europa" construída nos últimos 30 anos.

O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba
O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba Alex Brandon POOL/AFP/File

O chanceler alemão, Olaf Scholz, também elogiou o progresso para diminuir a tensão entre russos e ucranianos. "A missão é assegurar a segurança na Europa. Acredito que vamos conseguir", disse o líder alemão durante uma coletiva em Berlim, após voltar dos Estados Unidos, onde teria prometido adiar o gasoduto Nord Stream 2 se a Rússia invadisse a Ucrânia.

A presença de mais de 100.000 soldados russos na fronteira ucraniana leva os ocidentais temerem uma invasão da Ucrânia por parte de Moscou. O governo russo já anexou a Crimeia, em 2014, e apoia os separatistas pró-russos em guerra com as forças ucranianas. Este conflito já deixou mais de 13.000 mortos e quase 1,5 milhão de deslocados, e não nunca terminou, apesar da assinatura dos acordos de paz de Minsk.

Moscou pediu a retirada da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) da Europa Oriental para diminuir o conflito, que foi rejeitado pela Aliança Atlântica.

Pressão política

Mas, apesar da tensão, o governo russo também disse, nesta quarta-feira (9), que há esperança para a resolução diplomática de uma crise na Ucrânia, depois de uma reunião entre os presidentes francês e ucraniano em Kiev.  Emmanuel Macron se encontrou com Volodimir Zelensky na terça-feira (8)."Houve sinais positivos de que uma solução para a Ucrânia poderia se basear apenas no cumprimento dos acordos de Minsk", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa.

O presidente francês, Emmanuel Macron, e o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, depois de uma coletiva de imprensa em 8 de fevereiro, em Kiev.
O presidente francês, Emmanuel Macron, e o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, depois de uma coletiva de imprensa em 8 de fevereiro, em Kiev. Sergei Supinsky AFP

Estes acordos foram assinados em 2015 entre Kiev e os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, mas não levaram ao encerramento deste conflito que deixou mais de 13.000 mortos desde 2014. Peskov observou, porém, que não houve uma indicação, por parte de Zelensky, de que as autoridades ucranianas estariam prontas para fazer "rapidamente" o que "Kiev deveria ter feito há muito tempo".

Pouco depois, o ministro adjunto das Relações Exteriores, Sergueï Riabkov, acusou o Ocidente de aumentar a pressão política sobre Moscou fornecendo armas e munições para a Ucrânia. Ele citou informações divulgadas pela imprensa russa afirmando que a Ucrânia pediu aos EUA que fornecessem um sistema de defesa para mísseis. Segundo a agência russa RIA, se Washington atribuir o equipamento a Kiev, isso reduziria as chances de resolver diplomaticamente o conflito.

(Com informações da AFP)

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