Navios humanitários recebem autorização e mais de 800 migrantes podem desembarcar na Sicília

Mais de 250 migrantes do navio Sea Watch 3 puderam desembarcar na Sicília neste sábado (7) e outros 549 a bordo do Ocean Viking farão o mesmo no domingo (8). ONGs humanitárias faziam apelos há dias para encontrar um porto seguro às pessoas em condições críticas de saúde dentro das embarcações, entre elas, várias crianças.

Migrantes a bordo do navio Ocean Viking, em imagem de 2 de agosto de 2021. AP - Flavio Gasperini

"O #SeaWatch3 chegou a Trapani nesta manhã. Estamos felizes por finalmente ter um local seguro", tuitou a organização alemã Sea Watch International. No total, 257 pessoas desembarcaram nesta cidade no oeste da Sicília. 

Na última quinta-feira (5), a ONG havia alertado sobre a situação "insustentável" a bordo do navio. Segundo os trabalhadores humanitários, não havia mais medicamentos e muitos migrantes apresentavam sintomas de desidratação, alguns deles há mais de uma semana no mar.  

Enquanto isso, o navio Ocean Viking, obteve permissão para levar 549 pessoas até o porto siciliano de Pozzallo no domingo. Esta embarcação, gerenciada pela ONG francesa SOS Mediterrâneo, estava à espera de um local para desembarque após a recusa de Malta e a ausência de respostas da Tunísia e da Líbia. 

Antes do acordo das autoridades italianas, trabalhadores humanitários indicaram que os remédios se tornavam escassos a bordo. Muitos migrantes sofrem de desidratação e infecções cutâneas.

Segundo Julia Schaerfermeyer, integrante da tripulação, o Ocean Viking socorreu 555 pessoas no último fim de semana no Mar Mediterrâneo. Entre os 118 menores resgatados, há 13 crianças com menos de 12 anos.

Mil mortes de migrantes em 2021

Milhares de pessoas tentam cruzar o mar Mediterrâneo todos os anos para chegar à Europa. Apenas nos primeiros seis meses deste ano, 1.113 pessoas perderam a vida na travessia, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), entidade intergovernamental associada à ONU.

Para evitar uma tragédia ainda maior, ONGs trabalham no resgate marítimo de migrantes. No entanto, depois de cada operação de socorro, as embarcações ficam bloqueadas durante dias ou até mesmo semanas à espera de autorizações dos governos para o desembarque em portos seguros. 

(Com informações da AFP)