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Navio da Turquia volta ao Mediterrâneo e gera nova crise com a Grécia

A Turquia enviou novamente nesta segunda-feira (12) um navio de exploração ao Mediterrâneo oriental, o que pode gerar uma nova crise com a Grécia. Atenas denunciou uma "ameaça direta à paz". 

Turquia envia novamente ao Mediterrâneo navio que provocou tensões com a Grécia.
Turquia envia novamente ao Mediterrâneo navio que provocou tensões com a Grécia. AP - Burhan Ozbilici
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O navio de prospecção "Oruc Reis" deixou o porto turco pela manhã, segundo imagens divulgadas pela mídia turca, e vai realizar atividades de exploração até o dia 22 de outubro, informou a Marinha do país em uma mensagem enviada pelo sistema marítimo de alerta NAVTEX. "Vamos continuar procurando (gás), investigando e defendendo nossos direitos", afirmou nesta segunda no Twitter o ministro da Energia turco, Fatih Dönmez.

 O "Oruc Reis" é acompanhado por dois navios de apoio logístico e ficará no sul da ilha grega de Kastelorizo, perto da costa turca e do centro das disputas entre Ancara e Atenas. O Ministério grego das Relações Exteriores condenou, nesta segunda-feira (12), a decisão da Turquia de enviar a embarcação ao Mediterrâneo, qualificando o ato de "ameaça direta à paz e à segurança na região." O comunicado diz que o país não é confiável e "não deseja sinceramente o diálogo".

O governo turco reagiu, afirmando que tais ameaças não tinham nenhuma importância e a Turquia estava decidida a proteger seus interesses, segundo Ömer Celik, porta-voz do AKP, o partido-islâmico conservador que está no poder no país.

O Ministério das Relações Exteriores francês divulgou um comunicado na tarde desta segunda-feira, pedindo à Turquia que respeite seus compromissos, interrompa as provocações e "prove que pretende dialogar." 

As tensões entre a Turquia e a Grécia foram agravadas pelo envio da embarcação turca, entre meados de agosto e meados de setembro, escoltada por navios de guerra, para efetuar explorações ao largo da costa de Kastelorizo, numa zona potencialmente rica em gás natural. O governo grego defende que as águas em torno de Kastelorizo lhe pertencem, posição que é rejeitada pela Turquia. Ancara estima que deveria ter direitos mais amplos no Mediterrâneo oriental, devido ao seu litoral mais longo.

Ancara prolongou missão

A tensão entre os dois países teve início logo após o envio do navio, em 10 de agosto. Ancara prolongou sua missão várias vezes, ignorando os repetidos apelos da Grécia e da União Europeia (UE) para suspender as explorações. No mês passado, o "Oruc Reis" voltou ao litoral turco, o que foi visto como um sinal de que os dois países optariam por negociações para resolver a crise. O presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan disse na ocasião que a diplomacia deveria ter uma chance.

Mas as autoridades turcas insistiram que o navio passaria por uma revisão e retornaria à área para continuar o trabalho. "A manutenção do 'Oruc Reis' está concluída. Nosso navio tem equipamentos para radiografar o Mediterrâneo", declarou Dönmez nesta segunda-feira. Se houver gás natural, "vamos encontrar", acrescentou. No mês passado, e graças à mediação diplomática da Alemanha, Turquia e Grécia concordaram em realizar negociações para resolver a crise.

UE ameaça sancionar a Turquia

Os chanceleres dos dois países se reuniram na semana passada durante um fórum de segurança em Bratislava, capital da Eslováquia, na reunião de mais alto nível desde o início das tensões. A UE havia ameaçado no início deste mês impor sanções se as autoridades turcas não suspendessem o que o bloco considera um prospecção ilegal em águas reivindicadas por Chipre e Grécia. Ancara chamou essas ameaças de "pouco construtivas".

O chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, deve visitar Ancara na quarta-feira (14), segundo a televisão estatal turca, e o Mediterrâneo oriental certamente estará na agenda.

(Com informações da AFP)

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