Jornalista é enterrada em Malta; diretores de grandes jornais assinam nota conjunta
Malta enterrou nesta sexta-feira (3) a jornalista e blogueira anticorrupção Daphne Caruana Galizia, cujo carro explodiu no dia 16 de outubro e sacudiu as fronteiras da pequena ilha do Mediterrâneo. A bandeira europeia foi colocada a meio mastro em Bruxelas, na sede da Comissão Europeia, a pedido do presidente Jean-Claude Juncker.
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A família da jornalista decidiu que seus funerais serão privados, mesmo a cerimônia planejada em uma igreja em Mosta, uma pequena cidade onde morava Daphne Caruana Galizia, 53, e onde ocorreu o ataque.
O governo maltês decidiu declarar um dia de luto nacional nesta sexta-feira em memória da jornalista e indicou "que nenhum ataque contra a liberdade de expressão é aceito na democracia maltesa".
Como em Bruxelas, as bandeiras estão a meio mastro em toda a ilha, que é o menor Estado da União Europeia (UE), com 430 mil habitantes.
"Não deixemos que os assassinos de Daphne consigam silenciar a investigação sobre a corrupção entre as esferas mais altas de Malta", escreveram os diretores de redação dos jornais The Guardian, Le Monde, Financial Times, El País, La Repubblica, Süddeutsche Zeitung, New York Times e a BBC.
Até o momento, nenhum suspeito foi identificado por investigadores malesess, que estão sendo auxiliados por especialistas estrangeiros, especialmente o FBI e a Europol.
Muitos em Malta não confiam nos funcionários judiciais e policiais, alguns dos quais foram alvo de críticas da blogueira.
Caruana Galizia revelou alguns dos aspectos mais sombrios da política maltesa e criticou o primeiro-ministro do Trabalho Joseph Muscat, até recentemente o chefe da oposição.
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