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Grécia/Parlamento

Votações no parlamento e greve no setor público prometem dia tenso na Grécia

Começa hoje a série de votações parlamentares que pode garantir o sinal verde para o acordo assinado na segunda-feira (13) entre Atenas e os parceiros na zona do euro. Enquanto a Europa decide se as duríssimas medidas de austeridade assinadas pelo premiê Alexis Tsipras serão suficientes para liberar um plano de resgate e manter o país na união monetária, a Grécia vê nas ruas os sintomas da crise.

Primeiro ministro grego Alexis Tsipras na chegada ao encontro dos dirigentes da zona do euro, no último domingo (12).
Primeiro ministro grego Alexis Tsipras na chegada ao encontro dos dirigentes da zona do euro, no último domingo (12). REUTERS/Philippe Wojazer
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O transporte público funciona apenas parcialmente no país por conta de uma greve convocada por um sindicato de funcionários públicos que se opõem às novas medidas de rigor. Ministérios e governos locais também estão em greve, assim como as farmácias, que temem que o acordo desorganize o setor. Essa é a primeira paralisação depois da eleição do partido de esquerda Syriza, em janeiro.

O Parlamento grego deve se pronunciar na quarta-feira à noite sobre o novo plano de ajuda, que injetará cerca de € 82 bilhões na economia grega em três anos. Essa votação funcionará como um teste à unidade do governo Tsipras, já que a ala mais à esquerda do partido é abertamente contrária ao acordo e prega a volta de uma moeda nacional. A vice-ministra grega das Finanças, Nadia Valavani, já anunciou sua demissão.

Votações nacionais

Grande apoiadora da permanência da Grécia na zona do euro, a França também se vê dividida internamente. Os Republicanos, partido do ex-presidente Nicolas Sarkozy, simbolizam essa divisão: todos concordam que o presidente François Hollande superestima seu papel nas negociações, mas divergem sobre aprovar ou não o acordo. A Frente de Esquerda defende por unanimidade a reprovação do texto, que classifica como um "golpe de Estado" com aval de Hollande.

O ministro das Finanças Michel Sapin defendeu o acordo e elogiou o premiê grego pela coragem de assinar um texto "extremamente duro e difícil, mas que permite salvar" o país. Agora há pouco, o primeiro ministro espanhol, o conservador Mariano Rajoy, anunciou que também submeterá o acordo ao Parlamento, levando em conta a importância dos valores em jogo. Além de Grécia, França e Espanha, Finlândia, Áustria, Estônia, Letônia, Eslováquia e Alemanha submeterão o texto a suas assembleias.

Empréstimo

Para aumentar a pressão, a Comissão Europeia propôs nesta manhã conceder à Grécia um empréstimo de 7 bilhões de euros para arcar com os compromissos financeiros imediatos. A condição é que até o fim do dia, o parlamento vote um primeiro bloco de reformas. Atenas precisa deste valor para respeitar os prazos da dívida com o Banco Central europeu e pagar o retroativo com o FMI.

O Reino Unido e a República Tcheca se opõem ao empréstimo porque o dinheiro viria do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, que é um órgão da União Europeia, ao contrario do Mecanismo Europeu de Estabilidade, próprio à zona do euro. A decisão será tomada pela maioria qualificada dos países membros da União Europeia - ela precisa do apoio de 15 países, representando 65% da população do bloco.

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