Parlamento grego aprova plano de austeridade apesar de protestos
O Parlamento da Grécia aprovou nesta quarta-feira o polêmico plano de austeridade fiscal de 28 milhões de euros, considerado como a última chance para o país escapar da falência. Foram 155 votos a favor e 138 contra. A votação foi realizada em meio a violentos protestos nas ruas de Atenas, no segundo dia de greve geral.
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O resultado da votação indica que o programa será definitivamente adotado nesta quinta-feira, quando haverá uma segunda votação sobre as modalidades de aplicação do pacote para o período de 2012 a 2015. A tendência de voto dos parlamentares se manteve, com a exceção de duas surpresas. Um membro do Pasok, partido do primeiro-ministro socialista Georges Papandreou, votou contra as medidas por julgá-las injustas e um deputado da oposição conservadora se posicionou a favor.
Minutos depois da aprovação do quadro geral do plano, a chanceler Angela Merkel felicitou o Parlamento grego e disse que esta foi uma notícia muito boa.
Pouco antes da votação, o primeiro-ministro grego havia dito que não tinha um plano B se o pacote fosse rejeitado e que iria fazer de tudo para evitar um calote das dívidas do governo.
A aprovação do pacote era uma exigência imposta pelos europeus e pelo Fundo Monetário Internacional para liberar 12 bilhões de euros à Grécia, referentes à última parcela do primeiro plano de ajuda, no valor de 110 bilhões de euros, acertado no ano passado. Um segundo pacote de 110 bilhões de euros está sendo negociado, com a participação de bancos privados.
Protestos em Atenas deixaram dezenas de feridos
Nesta quarta-feira, vários protestos nas ruas marcaram o segundo dia de greve geral na Grécia. Em Atenas, quatro mil soldados e policiais foram mobilizados para conter a multidão e utilizaram bombas de gás lacrimogêneo. Os confrontos entre manifestantes e a tropa de choque deixaram dezenas de feridos desde terça-feira.
Os gregos temem as consequências das novas medidas de rigor orçamentário, com a previsão de 150 mil demissões, cortes nos salários e aposentadorias, aumento de impostos e um extenso programa de privatizações que deve gerar 50 bilhões de euros aos cofres públicos.
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