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Com cerimônia pilotada por mulheres, abertura do Festival de Cannes é marcada por homenagem à Meryl Streep

A 77ª edição do Festival de cinema de Cannes começou na noite desta terça-feira (14). A cerimônia de abertura, que chamou a atenção pelo protagonismo das mulheres no palco, foi apresentada pela atriz francesa Camille Cottin e marcada por uma homenagem à norte-americana Meryl Streep.

As atrizes Camille Cottin, Juliette Binoche, Meryl Streep e Greta Gerwig (da esquerda para a direita) na abertura do Festival de Cannes
As atrizes Camille Cottin, Juliette Binoche, Meryl Streep e Greta Gerwig (da esquerda para a direita) na abertura do Festival de Cannes REUTERS - Sarah Meyssonnier
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“Devo muito a vocês, cinéfilos, que não se cansaram de mim”. Foi assim que Meryl Streep agradeceu à longa salva de palmas da plateia do Palácio dos Festivais. A atriz, que retorna a Cannes após uma ausência de mais de três décadas no evento, recebeu uma Palma de Ouro de Honra pelo conjunto de sua carreira. “Esse prêmio é único no mundo do cinema e eu me sinto muito honrada em recebê-lo”, completou.

A homenagem foi entregue pela atriz francesa Juliette Binoche, que não escondeu sua emoção ao resumir a longa carreira da norte-americana. “Você mudou a forma como vemos as mulheres no mundo do cinema e nos deu uma nova imagem de nós mesmas”, disse, com lágrimas nos olhos.

A cerimônia de abertura do festival mais importante do cinema mundial foi apresentada pela atriz francesa Camille Cottin, que iniciou a cerimônia ironizando o “vórtice de Cannes”, uma espécie de túnel que dura dez dias e durante os quais muitas coisas estranhas acontecem. “Mas lembro que as reuniões profissionais noturnas nos quartos de hotel de senhores poderosos não fazem mais parte dos hábitos do vórtice de Cannes após a adoção da lei MeToo”, lançou a atriz, ironizando os inúmeros escândalos envolvendo diretores e produtores de cinema, mas também lembrando das reivindicações do movimento feminista que permeiam esta edição do festival.

A cerimônia também contou com uma apresentação da jovem cantora francesa Zaho de Sagazan, que interpretou “Modern Love” de David Bowie. A canção foi escolhida em homenagem à atriz e cineasta americana Greta Gerwig, diretora do blockbuster “Barbie” e que preside o júri do Festival de Cannes este ano. O título de Bowie faz parte da trilha sonora do filme “Frances Ha”, de Noa Baumbach, que revelou a atriz para o mundo.

A cantora francesa Zaho de Sagazan interpreta “Modern Love” ao lado da atriz e cinesta americana Greta Gerwig na cerimônia de abertura do 77° Festival de Cannes.
A cantora francesa Zaho de Sagazan interpreta “Modern Love” ao lado da atriz e cinesta americana Greta Gerwig na cerimônia de abertura do 77° Festival de Cannes. REUTERS - Yara Nardi

Pouco antes da cerimônia de abertura, a presidente do júri celebrou a mobilização feminista gerada pelo movimento #MeToo. Em meio às denúncias de abusos no cinema francês, Gerwig elogiou as "numerosas mudanças concretas" que ocorreram na indústria cinematográfica graças ao movimento.

"Há 15 anos, não poderia imaginar que haveria tantas mulheres representadas no mundo do cinema", declarou Gerwig durante a conferência de imprensa do júri.

Após as homenagens, o público do Palácio dos Festivais assistiu “Le Deuxième acte”, filme escolhido para abrir o evento. A comédia do francês Quentin Dupieux foi exibida fora da competição. O longa é estrelado por Léa Seydoux, Vincent Lindon, Louis Garrel e Raphaël Quenard.

Participação brasileira

O Brasil está na disputa pela Palma de Ouro com “Motel Destino” de Karim Aïnouz, que está na competição pelo segundo ano consecutivo. Rodado no Ceará, estado natal do cineasta, o longa é uma “história de amor” protagonizada por Fábio Assunção. O curta “Amarela”, de André Hayato Saito, que aborda a discriminação contra pessoas de origem asiática, também está na competição oficial.

“Baby”, o segundo longa de Marcelo Caetano, descrito como um melodrama queer, integra a Semana da Crítica. O documentário “A queda do céu", de Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha, será exibido na Quinzena dos Cineastas. O longa sobre a cosmologia Yanomami é baseado no livro homônimo do xamã Davi Kopenawa e do antropólogo francês Bruce Albert.

Também na competição da Semana da Crítica, o curta “A menina e o pote” traz uma animação distópica assinada por Valentina Homem. O longa “Moa”, do diretor cubano Marcel Beltrán, radicado em São Paulo, é um dos dez projetos selecionados pela Fábrica do Cinema do Instituto Francês, que tem o apoio da RFI.

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