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Cultura

Fascínio de Degas pelo movimento é tema de mostra em Londres

As famosas e graciosas dançarinas que tanto inspiraram o pintor parisiense Edgar Degas podem ser admiradas sob um novo ângulo na nova exposição da Royal Academy of Art de Londres. As imagens dialogam com a fotografia e o cinema, através do movimento quase real das meninas.  

As bailarinas pintadas por Degas ficaram famosas por sua graça e movimento.
As bailarinas pintadas por Degas ficaram famosas por sua graça e movimento. Tate London
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A curadoria da mostra partiu de uma frase do próprio Degas para criar a sua proposta: "O balé é apenas um pretexto para eu captar o movimento". O gesto obsecava o pintor, que observava as bailarinas de forma quase científica, desenhando-as sob todos os ângulos.

Na época de Degas, em pleno século 19, as imagens eram paradas; para fazer uma simples fotografia, o fotógrafo precisava pedir para a modelo posar por 15 minutos, no mínimo; Quanto aos retratos pintados, são sempre estáticos. No final do século, o fotógrafo britânico Eadweard Muybridge inovou ao decompor em instantâneos sucessivos o galope de um cavalo. A experiência foi repetida pelo francês Etienne-Jules Marey que capta cada movimento do andar, da corrida de um homem e do voo de uma gaivota.

Degas se identifica com esses artistas e em 1895 comprou a sua primeira câmera, com a qual fez diversos clichês, sempre em busca do movimento. Nesse meio tempo, ele explorou a dança em suas pinturas, desenhos e pastéis, detalhando passos e arabescos. A técnica se desenvolve a ponto de se ter a impressão de ver os braços, pernas e tutus das bailarinas se movendo. Os últimos quadros do mestre, do começo do século 20, são certamente os mais emocionantes: dançarinas se alongando, em tons azuis e rosa, a massagear os pés cansados.

A exposição é fruto de quatro anos de pesquisas. Os pastéis e desenhos, extremamente frágeis, não podem ser expostos por mais de três meses e a mostra não vai viajar.

Solitário

Ao contrário do que se pode pensar, Degas não se interessava por suas modelos bailarinas. Ele ficou solteiro durante toda a vida e morreu como um ermita em seu ateliê de Montmartre. Nos últimos anos, rompeu os laços até com Renoir, seu melhor e fiel amigo.

As 85 telas, esculturas, pastéis, desenhos e fotografias de Degas, vindas do mundo inteiro, podem ser apreciadas de 17 de setembro a 11 de dezembro na Royal Academy of Art, em Londres.

 

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