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Em Angola, Lula critica desigualdade de gênero e volta a citar a luta contra a fome

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a agenda colocando flores no túmulo do primeiro presidente de Angola, António Agostinho Neto. De lá, seguiu para o Palácio Presidencial onde se encontrou com o presidente angolano, João Lourenço. A visita oficial do presidente brasileiro ao país vai até sábado (26).

Lula da Silva e o presidente angolano, João Lourenço, assinaram acordos de cooperação em áreas como agricultura, educação e transportes.
Lula da Silva e o presidente angolano, João Lourenço, assinaram acordos de cooperação em áreas como agricultura, educação e transportes. LUSA - AMPE ROGÉRIO
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Os dois chefes de Estado assinaram diversos acordos para as áreas da agricultura, saúde, educação, empresariado, processamento de dados na administração pública e transportes. Em seguida, Lula foi condecorado com a ordem Dr. António Agostinho Neto em reconhecimento à contribuição ao fortalecimento das relações entre os dois países.

No discurso de agradecimento, o presidente se disse emocionado por receber a comenda mais importante de Angola aos 77 anos e que, apesar da idade, “quem tem uma causa não pode parar de lutar”. Ele se disse comprometido a fazer uma campanha mundial contra a desigualdade.

“A desigualdade está em muitos lugares. Nós temos a desigualdade de raça, de gênero, de idade, a desigualdade na qualidade da educação, na qualidade da saúde, no salário. Agora no Brasil aprovamos uma lei em que a mulher vai ter que receber o mesmo salário que o homem se ela fizer a mesma função. Foi um avanço extraordinário”, disse.

O presidente falou ainda da importância de haver mais mulheres na política e que não é possível, em pleno século XXI, as mulheres ainda serem tratadas como “objeto de cama e mesa”.

“33 milhões de pessoas passam fome no Brasil”

Lula afirmou também que, para dar certo, a luta contra a desigualdade precisa criar indignação. Pessoas com melhores condições, diz, devem se sentir indignadas por muitos que não têm o que comer.

“E não é porque não tem comida, é porque não tem dinheiro, porque a concentração de riqueza tem aumentado cada vez mais. Cada vez mais, o 1% tem mais riqueza e cada vez mais os 50% mais pobres estão cada vez mais pobres. Espero convencer a humanidade a se indignar contra a desigualdade. O Brasil é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo e 33 milhões de pessoas ainda passam fome no meu país”, disse.

Acordos com Angola

Lula participa ainda hoje, junto ao presidente angolano, do Fórum Econômico entre Angola e Brasil, que tem a participação de 500 empresários. Raimundo Lima, presidente da Câmara de Comércio Angola/Brasil, falou à agência Lusa e defendeu medidas para atrair mais investimentos brasileiros, apesar de Angola ter sido o principal destinatário de empréstimos do Brasil (3,8 mil milhões de dólares até 2015 através do Programa de financiamento às exportações do Banco Nacional de Desenvolvimento).

“Nós acreditamos que deva haver uma retomada desses financiamentos e que seja uma parte destinada a pequenas e médias empresas. Essa atratividade já foi muito maior, mas é preciso que o governo crie mecanismos mais céleres para a criação de empresas, evite dificultar, como alguns segmentos ainda dificultam, a entrada dos brasileiros que querem investir aqui e a regularização e criação das suas empresas”, destacou.

Agenda

No sábado, Lula inaugura um novo espaço no Instituto Guimarães Rosa (Centro de Cultura Angola-Brasil) e vai se encontrar com brasileiros que vivem no país. A comunidade brasileira em Angola tem cerca de 27 mil pessoas. 

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