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Brasil/Imprensa francesa

Primeiro ano do governo Bolsonaro foi “tempestuoso”, segundo Le Figaro

O jornal francês Le Figaro desta terça-feira (31) faz o balanço do primeiro ano do governo Bolsonaro, um ano de uma “presidência tempestuosa”, resume o diário conservador. O jornal publica três artigos sobre o tema que não dispensam críticas e lembram as polêmicas e vulgaridades que marcaram os primeiros 365 dias de Bolsonaro no Planalto. Um dos textos mostra, por outro lado, que eleitores que votaram por uma mudança não se arrependeram.

Capa do jornal Le Figaro desta terça-feira, 31 de dezembro de 2019, com chamada para a matéria sobre o balanço do primeiro ano do governo Bolsonaro.
Capa do jornal Le Figaro desta terça-feira, 31 de dezembro de 2019, com chamada para a matéria sobre o balanço do primeiro ano do governo Bolsonaro. DR
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O artigo principal diz que Jair Bolsonaro é "um presidente em campanha permanente". O chefe de Estado brasileiro, populista e propagador de fake news, se preocupa com seu balanço econômico e cuida de seus eleitores, principalmente os evangélicos.

Isso indica que Bolsonaro tem duas caras, afirma o texto assinado pelo correspondente do Le Figaro no Rio de Janeiro, Michel Leclercq. De um lado, o ultraconservador, que multiplica provocações e polêmicas; do outro, o pragmático que deixou o comando do poderoso Ministério da Economia a Paulo Guedes para permitir o avanço das reformas liberais. Às vezes, as duas imagens se confundem, deixando uma impressão de improvisação e de confusão.

O texto lembra que o ex-capitão, deputado obscuro do Rio de Janeiro, foi eleito para surpresa geral por uma onda popular. Sem apoio de um grande partido e sem recursos, soube utilizar e mesmo manipular as redes sociais para se apresentar como um homem novo aos brasileiros, traumatizados pela crise econômica, pela corrupção e pela violência.

Campanha para 2022

Bolsonaro obteve 55% dos votos no segundo turno, mas agora, na véspera do segundo ano de seu mandato, apenas 29% dos brasileiros aprovam sua gestão. A taxa, a menor já registrada por um presidente no primeiro ano de governo, equivale à sua base eleitoral fiel. Apesar de tudo, e na falta de um verdadeiro opositor, ele venceria a eleição presidencial de 2022, derrotando o popular ex-presidente Lula, afirma Le Figaro citando recentes pesquisas de opinião brasileiras.

"O problema é que Bolsonaro não conseguiu aumentar sua influência além desses eleitores incondicionais. Permanentemente, ele trata como inimigos as pessoas que não têm a mesma opinião do que ele. Com o tempo, isto pode formar uma poderosa coalizão de adversários, criada por ele mesmo", prevê Alon Feuerwerker, especialista de comunicação política, entrevistado pelo jornal.

Sem maioria no Congresso, o presidente conseguiu aprovar até agora uma única reforma significativa, a da Previdência, e teve que recuar em várias de suas prioridades, como o emblemático projeto de lei anticrime.

Do ponto de vista do clã Bolsonaro, o ano termina mal com a acusação contra o filho e senador Flávio Bolsonaro, apontado pelo Ministério Público como chefe de uma organização criminosa, diz o artigo. Isto é péssimo para um presidente que tinha centralizado sua campanha na luta contra a corrupção, conclui Le Figaro.

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