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Brasil anuncia medidas para reativar sua economia

O presidente interino do Brasil, Michel Temer, anunciou nesta terça-feira (24) as primeiras medidas para reativar a economia do país, que se encaminha para a pior recessão em um século.

O presidente em exercício, Michel Temer, chega com o ministro da Economia, Henrique Meirelles, para o anúcio das novas medidas econômicas.
O presidente em exercício, Michel Temer, chega com o ministro da Economia, Henrique Meirelles, para o anúcio das novas medidas econômicas. REUTERS/Adriano Machado
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Entre os planos do governo está a antecipação do pagamento da dívida do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de pelo menos R$ 100 bilhões, ao Tesouro Nacional e uma reforma constitucional para estabelecer um teto no crescimento dos gastos do setor público.

Temer, que assumiu no dia 12 de maio, após o afastamento da presidente Dilma Rousseff, tenta demonstrar firmeza em sua gestão, em meio às dificuldades políticas e econômicas.

"Quero enfatizar que não é em prazo de 12 dias ou dois meses que se vai tirar o Brasil da crise", alertou o presidente interino ao apresentar as medidas de ajuste aos líderes do Congresso, que darão a última palavra para que várias das medidas saiam do papel.

O governo interino já havia previsto na sexta-feira que o Brasil teria um enorme déficit primário neste ano, bem acima do que foi estimado durante a gestão de Dilma Rousseff.

Terceiro ano consecutivo de déficit

O déficit foi estimado agora em R$ 163,942 bilhões, enquanto o governo da presidente Dilma Rousseff previa um rombo menor, de R$ 96 bilhões. A nova meta fiscal será discutida nesta terça-feira pelo Congresso. Caso a estimativa se concretize, este será o terceiro ano consecutivo de déficit fiscal.

Temer ressaltou que seu governo está trabalhando com o objetivo central de retomar o crescimento econômico do país, reduzir o desemprego e para levar aqueles que estão na pobreza absoluta para a classe média.

O presidente interino aproveitou a ocasião para rebater os questionamentos sobre a legitimidade de seu governo.

Abertura de diálogo

Temer pediu que os parlamentares aprovem uma série de medidas para frear o crescimento da dívida pública, entre elas um projeto de emenda constitucional que visa fixar o aumento das despesas primárias do governo ao teto da inflação do ano anterior.

Outro pedido feito aos parlamentares é a realização de uma reforma urgente do sistema deficitário de aposentadorias, fixando uma idade mínima para que as pessoas se aposentem e aumentando o número de anos de contribuição.

Este projeto, bastante impopular, já enfrenta resistência por parte dos sindicatos. “Não quero realizar esta reforma sem o acordo da sociedade. Por isso, eu convido as centrais sindicais e representantes da sociedade civil para analisar o que pode ser feito”, afirmou.

Temer está dividido entre a necessidade de apresentar resultados rápidos para restaurar a confiança do mercado e o medo de impor medidas muito impopulares que poderiam incentivar o regresso ao poder de Dilma Rousseff. Ao contrário da presidente afastada, Temer tem mostrado disponibilidade para negociar com o Congresso, que havia paralisado a ação de Dilma desde o início do seu segundo mandato, em janeiro de 2015.
 

(Com informações da AFP)

 

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