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Protestos 'contra golpe' no Brasil são destaque na imprensa francesa

A mídia francesa acompanha atentamente as manifestações contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, programadas para esta quinta-feira (31) em mais de 50 cidades brasileiras. O número de pessoas nas ruas vai indicar se a presidente ainda tem apoio popular contra o processo de destituição em tramitação no Congresso.

Número de pessoas nas ruas vai indicar se a presidente Dilma Rousseff ainda tem apoio popular contra o processo de destituição
Número de pessoas nas ruas vai indicar se a presidente Dilma Rousseff ainda tem apoio popular contra o processo de destituição Roberto Parizotti/ CUT
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A rádio Europe 1 informa em seu site que o ex-presidente Lula vai participar da marcha em Brasília, organizada pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reúnem dezenas de entidades do movimento social brasileiro. O slogan da Central Única dos Trabalhadores (CUT) - "ao lado de Lula, o povo lutará nas ruas pelos seus direitos" - é citado pela emissora, assim como o apelo feito pelo ex-presidente em sua página no Facebook, "com vídeos de militantes e políticos, exortando as pessoas a saírem às ruas para lutar contra o golpe de Estado".

Os franceses são informados de que o maior ato em "defesa da democracia" e "contra o retrocesso e o golpe de estado" acontecerá na capital federal, no estádio Mané Garrincha, que foi palco da Copa do Mundo. "A marcha vai terminar na emblemática Praça dos Três Poderes, próxima do Palácio do Planalto", detalha a Europe 1. "Outras manifestações foram convocadas em São Paulo, Rio de Janeiro e em várias cidades do Nordeste, a região mais pobre do Brasil, que deu milhares de votos ao PT nas últimas eleições, graças aos programas sociais criados durante o mandato de Lula", indica a reportagem.

Guerra na cúpula do estado brasileiro

O jornal La Tribune publica uma análise de Gaspard Estrada, diretor-executivo do Observatório Político para América Latina e Caribe, da escola de ciências políticas Sciences Po. No artigo, Estrada adverte que a batalha pelo poder no Brasil não dará um fim à crise econômica nem à corrupção. Para o pesquisador, a tensão social vista atualmente se cristalizou com a evolução das crises econômica e política, alimentada pelo escândalo de corrupção da Petrobras. "A crise demonstra uma guerra de forças na cúpula do estado brasileiro", escreve Estrada.

O site do jornal Le Figaro informa que o ex-presidente Lula estará à frente das manifestações pró-Dilma. Para dar uma ideia da gravidade da situação, a presidente anulou a visita que faria aos Estados Unidos, diz o texto. Le Figaro explica que apesar do tom combativo, a presidente de 68 anos está fragilizada como nunca esteve, principalmente depois do rompimento do PMDB com o governo. "Dilma disse que a tentativa de destituí-la do cargo, sem que haja prova de crime de responsabilidade, se chama 'golpe de Estado'", destaca Le Figaro.

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