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“Não devo nem temo”, diz Lula após depoimento à PF

Em sua primeira manifestação depois de prestar depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (4), em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou a operação policial de “pirotecnia” e diz ter estado sempre à disposição do juiz Sergio Moro.

Lula falando na sede do PT em São Paulo.
Lula falando na sede do PT em São Paulo. REUTERS/Paulo Whitaker
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“No dia 5 de janeiro, interrompi minhas férias para ir a Brasília para prestar depoimento na Justiça. Portanto, se o juiz Sergio Moro quisesse me ouvir, era só ter mandado um ofício que eu iria como sempre fui, porque não devo e não temo”, afirmou Lula diante de apoiadores na sede do Partido dos Trabalhadores de São Paulo.

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Publicado por Jornalistas Livres em Sexta, 4 de março de 2016

Os advogados do ex-presidente, no entanto, haviam entrado com pedido de habeas corpus preventivo para evitar depoimentos. O habeas só era válido para São Paulo, mas a medida foi solicitada de Curitiba, onde despacha o juiz federal Sergio Moro.

“Luta continua”

Lula disse que a operação desta manhã, em que foram expedidos 44 mandados judiciais, sendo 33 de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva – entre elas a do próprio petista – não passou de um show midiático. “Lamentavelmente, acho que estamos vivendo um processo em que a pirotecnia vale mais do que qualquer coisa. O que vale mais é o show midiático do que a apuração séria que deve ser feita pela polícia e pelo Ministério Público.”

O ex-presidente não comentou que tipo de explicação teria fornecido à PF sobre as suspeitas de que seria um dos principais beneficiados do esquema do Petrolão. Na curta fala aos simpatizantes, apenas disse que sempre valorizou, enquanto presidente, o trabalho das instituições que agora o investigam. “Nada disso diminui a minha vontade”, disse Lula, encerrando seu discurso. “Pelo contrário: acenderam em mim a chama de que a luta continua.”

Depois, em discurso para uma quantidade maior de militantes, Lula disse que se sentiu "prisioneiro" e que não vai "baixar a cabeça". Ele reconheceu que utiliza o sítio de Atibaia, mas garantiu que pertence a um amigo. A propriedade, segundo a Polícia Federal, foi reformada pelas construtoras envolvidas na operação Lava Jato.

No final da tarde, a presidente Dilma Rousseff se manifestou sobre a interpelação de Lula. "Manifesto meu integral inconformismo com o fato de um ex-presidente da República que, por várias vezes, compareceu voluntariamente para prestar esclarecimentos perante às autoridades competentes, seja agora submetido a uma desnecessária condução coercitiva para prestar um depoimento", afirmou Dilma.

Confira a íntegra do discurso de Lula:

 

 

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