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Brasil/Alemanha

Dilma critica efeitos da injeção de liquidez

Em Hannover, na Alemanha, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, voltou a criticar a política monetária dos países desenvolvidos, que derramaram US$8,8 trilhões na economia global desde a explosão da crise. Para a presidente, tanta liquidez tem um efeito extremamente nocivo, desvalorizando de forma artificial as moedas. Dilma pretende abordar o assunto com a chanceler Angela Merkel, na noite desta segunda-feira.

Dilma conversa com jornalistas, em Hannover.
Dilma conversa com jornalistas, em Hannover. Roberto Stuchert Filho/Presidência da República
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Dilma ficou irritada com os dados do Banco de Compensações Internacionais (BIS) que confirmaram que os países ricos injetaram US$8,8 trilhões em liquidez na economia mundial desde o começo da crise. Ao lado do Brasil, os outros emergentes, o Fundo Monetário Internacional e até mesmo o BIS estão inquietos com tanto dinheiro novo derramado no mercado. A presidente lembrou que o mundo é globalizado e que quando a massa monetária se expande em tal proporção, produz dois efeitos: a desvalorização da moeda e a criação de uma massa monetária que não vai para a economia real. "O que se produz? Bolha. Bolha, especulação", afirmou.

A desvalorização artificial da moeda não vai repercutir na competitividade das economias domésticas, reclamou a presidente, comparando a injeção de liquidez à barreira tarifária. "Todo mundo se queixa de barreira tarifária, de protecionismo", disse, continuando o ataque: "Acho que uma coisa importante é que os paises desenvolvidos não só façam políticas expansionistas monetárias, como também politicas de expansão de investimentos, que melhoram a demanda interna e abrem a demanda externa".

Dilma afirmou que está fazendo apenas uma constatação técnica, não está falando "nada demais". "Assim como é importante discutir inflação, é importante discutir mecanismos incorretos de política cambial, por isso o Brasil quer mostrar que está em andamento uma forma concorrencial de proteção de mercado, que é o câmbio. O câmbio é uma forma artificial de proteção de mercado", reclamou.

Parceria estratégica

Ao lado das críticas, a presidente do Brasil também elogiou a parceria estratégica Brasil-Alemanha, que deve se desenvolver principalmente na área de inovação e tecnologia. "A Alemanha é um país com grande capacidade de inovação e criação de produtos de maquinário e equipamentos de alta precisão, com características que introduzem melhoras na cadeia de produção. Temos um horizonte de prosperidade e a Alemanha, que tem uma especialização muito maior na área de sistemas, tem para nós uma importância estratégica", observou a presidente.

Na manhã da terça-feira, Dilma Rousseff visita a Cebit - a maior feira de tecnologia e inovação do mundo - ao lado da chanceler Angela Merkel.

 

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