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AF447/resgate

Corpos do AF447 não serão resgatados, dizem famílias

Os corpos das vítimas do voo AF447, que caiu no dia 31 de maio de 2009 no oceano Atlântico, não serão resgatados e entregues às famílias, segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Familiares das Vítimas, Marteen Van Sluys.

A carcaça e outros destroços do AF447 foram descobertos no início do mês.
A carcaça e outros destroços do AF447 foram descobertos no início do mês. Reuters
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A decisão foi tomada na madrugada desta quinta-feira durante uma reunião com peritos no BEA, a agência civil francesa que investiga as causas do acidente. O laudo técnico determina que os corpos não poderão ser retirados do fundo do mar. “Recebi um telefonema do BEA pedindo para avisar as famílias que não contem com os corpos”, disse Van Sluys.

Segundo Martine Del Buono, assessora de imprensa do BEA, “o resgate dos restos mortais dos passageiros não é da alçada e da competência da agência”, e dependerá de uma decisão judicial. Ela salienta que, tecnicamente, a agência se preparou para fazê-lo. Inicialmente, cogitou-se retirar os corpos em melhor estado do fundo do oceano, identificá-los na França e restituí-los às famílias.

O diretor-executivo da Associação, Marteen Van Sluys, pediu que o BEA detalhasse, em termos técnicos, como as peças do avião encontradas no início do mês serão retiradas do mar, já que muitos dos restos mortais estão juntos aos destroços. “Não vejo uma maneira de recuperar as peças e ignorar um corpo que esteja ao lado”, diz.

De acordo com Van Sluys, as famílias ainda não foram informadas dos detalhes da operação da fase 5, que deve começar entre o fim de abril e o início de maio. Uma reunião entre o BEA e as famílias está prevista para a próxima quarta-feira. “Queremos saber se não seria possível recuperá-los em um recipiente hermeticamente fechado, por exemplo, já que provavelmente não estão em condições de serem içados com uma rede, como foi cogitado.”

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Marteen Van Sluys, diretor-executivo da Associação dos Familiares das Vítimas do voo AF447

De acordo com Van Sluys, “a grande questão para as famílias é emocional e ética. Criou-se uma expectativa, a grande maioria das famílias quer os corpos, isso é fato. Muita gente no Brasil ainda não tem atestado de óbito, nem de morte presumida, isso tem implicações legais e jurídicas”, explicou. Segundo ele, os parentes irão se informar sobre a possibilidade de pedir na Justiça a devolução dos restos mortais.

A operação para a retirada da carcaça e dos destroços do AF447, prevista para começar no dia 3 de maio, deve ser antecipada. O objetivo é resgatar as caixas-pretas do A330, que estão provavelmente acopladas à cauda do avião, descoberta durante a fase 4. O navio Ile de Sein, selecionado pelo governo francês para o resgate, deve chegar ao Cabo Verde no dia 21 de abril. O governo brasileiro irá indicar um observador para participar do resgate, já que o BEA proibiu que os membros da família acompanhem a operação.

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