Em análise, Le Monde dá vitória a Dilma

Em análise da campanha eleitoral no Brasil, o jornal Le Monde fala sobre a popularidade do presidente Lula e aponta a candidata petista Dilma Roussef como vitoriosa.  

A candidata, Dilma Rousseff, cumprimenta simpatizantes durante um comício de campanha, em Rondonópolis. REUTERS

Esta não é a primeira vez que o correspondente do Le Monde no Brasil, Jean-Pierre Langellier, analisa a campanha eleitoral e o favoritismo da candidata Dilma Rousseff, 62 anos, a protegida de Lula, que, segundo as últimas pesquisas, será provavelmente eleita ainda no primeiro turno, no dia 3 de outubro.

A análise, longe de ser inédita, coincide com a divulgação de uma nova pesquisa do Instituto Datafolha. Segundo a sondagem, com 49% das intenções de voto, Dilma tem mais de 20 pontos percentuais de vantagem em relação ao rival, José Serra. Em um artigo de quase meia página, o jornalista do Le Monde volta a comentar o apoio decisivo dado pelo presidente Lula, que, depois de oito anos no poder, não pode disputar um terceiro mandato.

Mais uma vez, ele lembra que Lula deixa a presidência com um índice de popularidade de 80%, um feito histórico. O chefe de Estado brasileiro usou e abusou da sua unanimidade para manipular o eleitorado, tendo inclusive sendo multado pelo TSE pela propaganda declarada à Dilma. Mas a ilegalidade de suas ações não mudou a opinião de quem vai às urnas.

Para o Le Monde, Dilma não tem o carisma ou a oratória de Lula, e sua participação no primeiro debate na TV esteve aquém do esperado. Isso não faz diferença. O que conta é que Dilma é a escolhida do presidente mais popular que o Brasil já teve. E segundo o jornal francês, José Serra não tem sorte de cruzá-lo novamente em seu caminho.