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Brasil/Irã

Brasil poderia enriquecer urânio iraniano em solo brasileiro

Em coletiva à imprensa nesta terça-feira, chanceler Celso Amorim disse que o Irã ainda não fez nenhuma proposta oficial sobre um acordo de troca de seu urânio pouco enriquecido por combustível enriquecido no Brasil mas, se isso acontecer, o governo brasileiro estaria disposto a estudar o pedido.

Celso Amorim (à esq.) com o ministro iraniano das relações exteriores, Manouchehr Mottaki, durante coletiva à imprensa.
Celso Amorim (à esq.) com o ministro iraniano das relações exteriores, Manouchehr Mottaki, durante coletiva à imprensa. Reuters
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O Brasil também pediu garantias ao Irã de que seu programa nuclear não tem caráter militar. "Existem dúvidas, às vezes, e o Brasil afirma que as ambiguidades devem desaparecer », declarou o ministro das Relações Exteriores aos jornalistas, no seu segundo e último dia no Irã, para preparar a visita do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ao país, prevista para os dias 16 e 17 de maio. A viagem está sendo uma ocasião para Amorim discutir com as autoridades do país o polêmico programa nuclear iraniano.
O Brasil faz parte dos poucos países que defendem o direito dos iranianos de desenvolver um programa nuclear com fins pacíficos, apesar das críticas da comunidade internacional, principalmente dos Estados Unidos. O apoio brasileiro, aliás, foi tema de um artigo no jornal francês Le Monde. Em artigo publicado na edição dessa terça feira, o vespertino explica que Teerã promove atualmente uma verdadeira ofensiva diplomática para evitar as sanções contra seu programa de enriquecimento de urânio. Para o jornal, o Irã tenta ganhar o apoio dos membros não permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, lembrando que o Brasil ocupa atualmente uma cadeira rotativa no Conselho da ONU e é o unico aliado de peso do regime iraniano.
Na segunda-feira, o chanceler brasileiro se encontrou com o presidente do parlamento, Ali Larijani e o negociador iraniano sobre questões nucleares, Said Jalili. Após a reunião, Amorim defendeu mais uma vez o direito do Irã de levar a cabo suas atividades nucleares pacíficas. Segundo a imprensa local, o chanceler brasileiro disse que as sanções são iniciativas negativas e injustas, que não dão nenhum resultado. Nessa terça-feira, Celso Amorim declarou ainda que estaria aberto a examinar uma eventual proposta relacionada à troca de urânio de baixo teor de enriquecimento por combustível enriquecido em solo brasileiro. "Ainda não recebemos nenhuma proposta, mas, caso isso aconteça, estamos dispostos a examiná-la", disse o chanceler.
Celso Amorim encontra-se hoje com o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.

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