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Irã/Brasil

Chanceler brasileiro discute questões nucleares no Irã

Celso Amorim desembarcou em Teerã nessa segunda-feira, onde se encontra com membros do governo. Além de preparar a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país, prevista para os dias 16 e 17 de maio, o ministro brasileiro das Relações Exteriores deve discutir o programa nuclear iraniano.  

Amorim também prepara a viagem oficial de Lula ao Irã, em maio.
Amorim também prepara a viagem oficial de Lula ao Irã, em maio. Roosewelt Pinheiro/ABr
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Depois de passar pela Turquia e pela Rússia, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, chegou ao Irã na madrugada dessa segunda-feira. Um dos objetivos da viagem é discutir o polêmico programa nuclear iraniano. O chanceler brasileiro se reúne com o representante da diplomacia do país, Manouchehr Mottaki, e com o presidente do parlamento, Ali Larijani, além de Saïd Jalili, o principal negociador de Teerã sobre as questões nucleares. Durante a estada de dois dias Amorim também deve se encontrar com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, como parte dos preparativos da viagem de Luiz Inácio Lula da Silva ao país, prevista para os dias 16 e 17 de maio.

O Brasil faz parte dos poucos países que defendem o direito dos iranianos de desenvolver um programa nuclear com fins pacíficos, apesar das críticas da comunidade internacional, principalmente dos Estados Unidos, que querem impor novas sanções contra Teerã. Com as medidas punitivas, Washington pretende impedir todas as atividades nucleares no Irã.

Para o professor de Ciências Políticas da Universidade da Sorbonne, Stéphane Monclaire, autor de dois livros sobre a política internacional brasileira, esses encontros bilaterais significam muito mais do que a disposição do Brasil de defender o diálogo entre o Irã e a comunidade internacional. Segundo ele, uma das pretensões do governo brasileiro seria a de desenvolver um projeto nuclear militar próprio. “A médio e longo prazo a questão nuclear vai voltar e o Brasil poderia no futuro ter essa bomba (atômica)”, disse o pesquisador.

Apoio brasileiro na ONU

Brasília ocupa atualmente uma cadeira rotativa no Conselho de Segurança das Nações Unidas e deverá anunciar em breve sua posição oficial sobre o programa nuclear iraniano. Em entrevista à imprensa brasileira, antes de embarcar para Teerã, Amorim preferiu não confirmar a decisão do Brasil, mas disse que não acredita que os iranianos estejam tentando, graças a seu programa nuclear, construir uma bomba atômica – o principal medo dos ocidentais.

Nesse fim de semana Amorim se reuniu com o chanceler turco, Ahmet Davotoglu. A Turquia, assim como o Brasil, é membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU. Durante a reunião de cúpula nuclear organizada em Washington há duas semanas, Lula e o primeiro ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, apresentaram ao norte-americano Barack Obama uma proposta comum de mediação entre Washington et Teerã. Vizinha do Irã, a Turquia é um dos mais antigos aliados dos Estados Unidos da região.

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Stéphane Monclaire, professor de Ciências Politicas da Sorbonne.

 

 

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