Tensão diplomática marca visita de Lula a Israel
Nesta segunda-feira, o ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, decidiu boicotar o discurso de Lula no Parlamento. A iniciativa serve de protesto pela decisão do presidente de não visitar o túmulo do fundador do sionismo.
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Tensão diplomática marca a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Israel. Nesta segunda-feira, o ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, alegou que decidiu boicotar o discurso de Lula no Parlamento (Knesset) como protesto pela decisão do presidente de não visitar o túmulo do fundador do sionismo, Theodor Herzl.
O ministério de Assuntos Exteriores informou, segundo o jornal israelense "Haaretz", que Lieberman queria mostrar ao presidente brasileiro como Israel "leva a sério sua recusa em cumprir protocolos diplomáticos".
Mas, por trás do boicote poderia também estar uma represália velada do governo israelense às relações do Brasil com o Irã. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem adotado um discurso moderado em relação ao programa nuclear iraniano, que muitos países suspeitam de estar sendo desenvolvido com fins nucleares. O presidente brasileiro tem viagem programada ao Irã no dia 15 de maio, o que não e visto com bons olhos pelo governo israelense.
Hoje à tarde, Lula será recebido em Belém onde se encontrará com o presidente palestino Mahmoud Abbas. Durante o dia, Lula visitou o Museu do Holocausto Yad Vashem e reacendeu a “chama eterna” em lembrança aos 6 milhões de judeus mortos no Holocausto.
O presidente disse que a humanidade deve repetir todos os dias "nunca mais" ao Holocausto e que a visita deveria ser obrigatória a todos os chefes de governo e de estado.
Amanhã, Lula inaugura, em Ramalá, a Rua Brasil, próxima ao complexo presidencial da Autoridade Palestina. Deverão ser assinados acordos de cooperação técnica, educacional e cooperação cultural e memorandos sobre saúde, esportes e turismo.
Na última etapa da viagem, o presidente irá à Jordânia. No dia 17, terá encontro privado com o Rei Abdullah II. Ele participará, ainda, do encontro empresarial Brasil-Jordânia, que explorará novas oportunidades comerciais bilaterais e contará com a participação de 50 empresários brasileiros.
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Nathália Watkins, correspondente da RFI
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