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Equador vai às urnas neste domingo em acirrada disputa presidencial

O governista de esquerda Lenín Moreno e o opositor de direita Guillermo Lasso encerraram na noite desta quinta-feira (30), nas cidades de Quito e Guayaquil, a mais acirrada campanha para a presidência do Equador em vários anos.

Lenín Moreno (esq.) e Guillermo Lasso disputam o segundo turno das eleições no Equador
Lenín Moreno (esq.) e Guillermo Lasso disputam o segundo turno das eleições no Equador REUTERS/Mariana Bazo/ Henry Romero
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A votação do segundo turno ocorre neste domingo (2). Em comício em Guayaquil, Lasso defendeu "uma mudança" para que o Equador não siga os passos da Venezuela, onde "um golpe de estado anulou a Assembleia Nacional".

"Aqui estamos junto ao povo que deseja democracia e liberdade. Democracia com independência de poderes, com Justiça independente, com uma assembleia autônoma, e não como acaba de ocorrer na Venezuela", disse.

Na noite de quarta-feira (29), o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela assumiu as funções do Parlamento, que é controlado pela oposição ao presidente Nicolás Maduro, desatando uma enxurrada de críticas da comunidade internacional.

"Vocês querem isso?!", gritou Lasso para a multidão. "Então vamos pela mudança, porque a mudança é liberdade, para que ninguém te persiga."

Ex-presidente do Banco de Guayaquil, Lasso afirmou que votar em Lenín Moreno, candidato do presidente Rafael Correa, é apoiar o "continuísmo de uma ditadura de um partido".

"Um país para todos"

Moreno, afilhado político de Correa, reuniu milhares de pessoas em uma praça do sul de Quito, onde voltou a defender um "país para todos".

"No domingo, vamos votar pelo futuro das nossas famílias, vamos escolher entre um país para um punhado de pessoas, com 'pacotaços' e privatizações, e um país para todos", afirmou.

Moreno, defensor de causas sociais que perdeu os movimentos ao ser baleado em um assalto em 1998, propôs uma série de medidas para estimular a economia e prometeu "uma cirurgia maior contra os corruptos do governo", em referência aos casos envolvendo a Odebrecht e a Petroecuador.

"Daremos casas gratuitas para os mais pobres e ao construí-las criaremos 136 mil empregos", prometeu Moreno, que herdará um país endividado pelo fim da bonança petroleira e com crescente desemprego.

As últimas pesquisas situam Moreno em primeiro lugar, com uma margem de entre 4 e 14 pontos, mas os analistas indicam que, nas últimas projeções, Lasso está ganhando terreno.

"A diferença vai ser muito pequena. Não se descarta um desenlace à peruana, onde as eleições em junho de 2016 foram decididas no último momento a favor de Pedro Pablo Kuczynski", avaliou Simón Pachano, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).

Evocando o fantasma da fraude, Lasso declarou: "Vote com liberdade, vote pela mudança. É preciso que seja respeitada sua vontade e, depois de votar, vamos às urnas defender a vontade popular".
 

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