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Macron/Trump

Após encontro com Macron, Trump quer “novo acordo nuclear” com Irã

Um dos desafios do presidente francês era impedir seu homólogo norte-americano de abandonar o compromisso com Teerã. Emmanuel Macron declarou nesta terça-feira (24), na Casa Branca, que está pronto para trabalhar com Donald Trump em um "novo acordo" com o Irã sobre sua política nuclear.

O presidente francês, Emmanuel Macron, eseu homólogo norte-americano, Donald Trump, após coletiva de imprensa na Casa Branca, em Washington, em 24 de abril de 2018.
O presidente francês, Emmanuel Macron, eseu homólogo norte-americano, Donald Trump, após coletiva de imprensa na Casa Branca, em Washington, em 24 de abril de 2018. REUTERS/Jonathan Ernst
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"Posso dizer que tivemos uma discussão muito franca a este respeito", indicou Macron durante coletiva de imprensa, depois de se reunir com Trump na Casa Branca. "Por isso, desejamos de agora em diante poder trabalhar em um novo acordo sobre o Irã", afirmou.

"A discussão que tivemos em conjunto permite, em qualquer caso, abrir o caminho para este novo acordo, que me parece indispensável, sobre o qual vamos trabalhar, e ao qual desejamos associar, além de todos os parceiros europeus, as potências da região e, é claro, a Rússia e a Turquia”, declarou o presidente francês. "É nesse contexto que poderemos, a longo prazo, construir juntos uma solução para a situação na Síria", acrescentou, pedindo um acordo global.

Durante sua campanha, Trump prometeu "rasgar" o texto do acordo, firmado por seu antecessor, Barack Obama, e fruto de anos de negociações. Ameaçando cumprir a promessa 15 meses após a posse, o presidente dos Estados Unidos deu o prazo de até 12 de maio aos signatários europeus (França, Reino Unido e Alemanha) para endurecer o texto do documento.

"Nós não rasgamos um acordo para não chegar a lugar nenhum, nós construímos um novo acordo que é mais amplo e que cobre todas as nossas preocupações", disse Macron, referindo-se a quatro aspectos-chave: o bloqueio de qualquer atividade nuclear até 2025; o impedimento de uma futura atividade nuclear; o fim das atividades balísticas do Irã e a criação de condições para a estabilidade política na região.

Trump quer cercar Teerã

Paralelamente, o presidente dos Estados Unidos pediu aos países árabes que aumentem "enormemente" suas contribuições financeiras aos esforços ocidentais para combater a influência do Irã no Oriente Médio, para que Teerã não aproveite as vitórias obtidas contra o grupo do Estado Islâmico.

Vários países árabes participam da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos para combater grupos jihadistas na Síria, incluindo apoio logístico. O Irã, no entanto, está envolvido no conflito sírio ao lado do regime de Bashar al-Assad.

"Há países muito ricos no Oriente Médio, eles precisam fazer grandes contribuições, não fizeram o que deveriam", acrescentou Trump. "Eles têm que aumentar muito seu esforço financeiro, não um pouco, mas muito”, completou, durante a coletiva de imprensa.

A Arábia Saudita, sunita, e o Irã, xiita, as duas potências rivais no Oriente Médio, estão em desacordo. Eles estão comprometidos com aliados que se opõem há anos em conflitos na região, seja na Síria, no Iêmen, no Iraque ou no Líbano.

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