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Beatriz Azevedo apresenta em Paris show “Acrobeat” com músicas “antroPOPhágicas”

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A multiartista brasileira Beatriz Azevedo ganhou um prêmio e está em Paris fazendo uma residência artística de um ano na tradicional Cité Internacionale des Arts, (Cidade Internacional das Artes). No próximo dia 29 de novembro, a poeta, compositora e performer apresenta no local o show “Acrobeat”, música antropofágica e poesia do Brasil, com a participação da atriz e cineasta portuguesa, Maria de Medeiros.

A cantora Beatriz Azevedo
A cantora Beatriz Azevedo © Captura de tela
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No Show, que será o único dessa temporada parisiense, Beatriz Azevedo lança também na França seu último LP “Clarice Clarão”, produzido em homenagem ao centenário da escritora Clarice Lispector, que conta com participação de Moreno Veloso e Jacques Morelenbaum.

A multiartista tem uma carreira consolidada no Brasil, já se apresentou nos Estados Unidos, no Japão, Alemanha e Paris, sempre com a colaboração de grandes nomes da música e da cena brasileira, como Maria Bethânia, Zé Celso Martinez, Vinicius Cantuária e Matheus Nachtergaele.

Na Cité des Arts de Paris, ela sobe ao palco acompanhada pelos músicos Caio de Azevedo, no violoncelo, James Müller, na bateria e Marco de Vita, no piano, além de Maria de Medeiros. A atriz portuguesa irá interpretar em cena poemas de Beatriz Azevedo, que ela traduziu para o francês. “Quando a Maria de Medeiros leu os meus poemas em francês, eu falei: ‘olha, está soando bem, como se eu pudesse ter escrito em outra língua. Então, pintou a ideia de fazer isso no show”, revela.

Na apresentação parisiense, a multiartista explica que "vai mostrar um apanhado" de seus últimos "trabalhos, discos, espetáculos de teatro e livros também. Eu tenho uma vertente da poesia impressa, a poesia performada, a poesia cantada”, antecipa

Acrobata Beatriz

O nome do show “Acrobeat”, é uma contração, uma invenção “poética” da artista, que uniu “a ideia do acrobata”, com o beat, de ritmo. Mas o termo também é “a raiz de Beatriz”, indica, ressaltando que seu nome ainda tem a palavra “atriz”. “É uma poesia com ritmo e com canção brasileira”, resume.

Além de cantora e compositora, Beatriz Azevedo é escritora e pesquisadora sobre o movimento antropofágico brasileiro. Ela tem vários livros publicados, entre eles “Antropofagia Palimpsesto Selvagem”, que dialoga e dá continuidade ao Manifesto Antropófago, de 1928, de Oswald de Andrade. A artista também tem um CD “AntroPOPhagia”, palavra escrita como antigamente com PH, ressaltando a palavra pop no meio da palavra e que dá continuidade ao movimento no século 21.

“Quais são as heranças positivas e negativas desse período da história do Brasil (a Colonização) no século XXI?”, pergunta. “Durante séculos, desde os rituais indígenas, passando pelo Oswald de Andrade e por essas outras gerações que retomaram (o movimento), eu também faço essa incorporação de tudo que eu vinha estudando e pesquisando. O que eu escrevo, componho, tá crivado de antropofagia”, afirma.

Para Beatriz Azevedo, “esse olhar do antropófago” se interessa pelo outro, “pelo que não é meu”. Segundo ela, a metáfora de comer o outro, descrita no Manifesto, tem um “sentido criativo” e também de “crítica da colonização”. “A colonização nos trouxe uma língua, a língua portuguesa, nos trouxe tradições culturais, mas nos tirou muito, como a terra dos indígenas. É uma ambiguidade difícil de lidar. Então, tudo isso, essa complexidade, eu tento também colocar no trabalho”, pontua.

Serviço

Show: “Acrobeat”, de Beatriz Azevedo

Quando: 29 de novembro de 2023, às 19h

Onde: Cité Internationale des Arts, 18 rue de l’Hôtel de Ville, Paris

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