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Em Arles, João Kulcsár compartilha o olhar e os novos horizontes da fotografia brasileira

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Professor de fotografia há mais de 35 anos e criador do Festival de Paranapiacaba (SP), João Kulcsár foi o único brasileiro dos mais de 160 especialistas internacionais convidados pelos Encontros de Arles para as leituras de portfólio durante a primeira semana do festival, que acontece até 24 de setembro.

João Kulcsár, diretor do Festival de Paranapiacaba, participou dos Encontros de Arles como leitor de portfólio.
João Kulcsár, diretor do Festival de Paranapiacaba, participou dos Encontros de Arles como leitor de portfólio. © José Diniz
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Patrícia Moribe, enviada especial a Arles

“É importante a fotografia brasileira ocupar espaços, como, por exemplo, a exposição da Rosângela Rennó”, diz João Kulcsár. “Acho que a gente não ocupa ainda o que a gente representa na fotografia mundial, nos festivais internacionais”, acrescenta.

“Eu já participei de várias leituras em Portugal, nos Estados Unidos, aqui no Brasil. Aqui, especificamente em Arles, é meio parecido. Você tem 20 minutos para analisar o trabalho da pessoa sentada à sua frente. Ela quer a sua opinião, a sua perspectiva sobre o que ela está desenvolvendo. Às vezes, ela está no início do trabalho; às vezes, ela está no meio. Às vezes, ela já produziu alguma coisa e quer levar para o Brasil esse material. Então, nesse espaço de 20 minutos, ela mostra e diz, ‘olha, eu fiz essas fotos, eu fiz esse livro, eu fiz esse projeto e gostaria de um pouco da sua opinião’, e a gente contribui com uma crítica. Eu acho que é importante saber criticar”, explica o brasileiro.

Segundo João Kulcsár, os trabalhos têm níveis bastante diferentes. "Tem desde gente que está começando até quem está muito maduro no trabalho. Então você sempre tem alguma coisa para acrescentar, para levar a pessoa daquele momento que ela chegou com você para um outro patamar, tomar outra perspectiva, fornecer referências e ajudá la de alguma forma a ter novas opções de trabalho, novas interpretações”, disse ele à RFI.

Emergência climática

O Festival de Paranapiacaba está em sua sexta edição. Kulcsár criou o evento com um grupo de alunos, na perspectiva de trabalhar a educação, direitos humanos e meio ambiente. Ele explica que o foco era “na perspectiva de alfabetização visual, isso é, na perspectiva de uma leitura crítica desses assuntos e por meio da imagem fotográfica”.

O festival de Kulcsár lançou uma convocatória nas redes sociais para que fotógrafos brasileiros enviassem seus trabalhos para projeção na seção "Brasil Imprevisto", do festival paralelo "IN/OFF".

O tema do festival este ano, que acontece em agosto é a emergência climática. “E a gente está percebendo isso no calor de Arles, nas chuvas torrenciais ou no frio em outros países. Então a gente percebe que isso está aumentando e é importantíssimo discutir esse assunto. Eu acho que a arte, a educação e por meio da fotografia se pode discutir esse assunto”.

Parapiacaba, lembra João, significa "de onde se vê o mar", uma palavra tupi-guarani que significa que do topo da serra, pode se ver a cidade de Santos. Encravada na Mata Atlântica, a uma hora do centro de São Paulo, Paranapiacaba é uma cidade fundada por ingleses em 1867, hoje com cerca de 900 habitantes.

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