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Reportagem

Gustavo Petro e Nicolás Maduro voltam a se encontrar em Caracas

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O segundo encontro entre Gustavo Petro e Nicolás Maduro, na tarde deste sábado (07), no Palácio Presidencial de Miraflores, em Caracas, terminou com uma declaração bilateral, após mais de três horas de conversas. O presidente colombiano voltou à Venezuela para uma conversa à portas fechadas com o venezuelano.   

O segundo encontro entre Gustavo Petro e Nicolás Maduro aconteceu na tarde deste sábado (7) no Palácio Presidencial de Miraflores, em Caracas.
O segundo encontro entre Gustavo Petro e Nicolás Maduro aconteceu na tarde deste sábado (7) no Palácio Presidencial de Miraflores, em Caracas. © imprensa presidência da Colômbia
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Por Elianah Jorge, de Caracas

De acordo com o documento, os presidentes colombiano e venezuelano abordaram as negociações de paz com o ELN (a guerrilha do Exército de Libertação Nacional), o comércio bilateral e questões fronteiriças, além da formulação de projetos de conexão entre o Mar do Caribe e o Pacífico.  

A visita de Gustavo Petro foi anunciada de surpresa, no início da manhã deste sábado, através das redes sociais do embaixador colombiano em Caracas, Armando Benedetti. O primeiro encontro entre Petro e Maduro aconteceu em Caracas, em primeiro de novembro passado.

De acordo com fontes do Palácio de Nariño, a sede da presidência colombiana, a agenda seguia três temas definidos na primeira reunião Petro-Maduro: os problemas relativos à abertura da fronteira - entre eles a criminalidade na região fronteiriça; o comércio bilateral; as negociações com o Exército de Libertação Nacional e a suspensão do cessar-fogo.

Ministros de ambos os países participaram da reunião. Houve hermetismo e a imprensa não teve acesso a fontes durante o encontro bilateral.

A última guerrilha em ação

A chegada de Petro a Caracas aconteceu dias após um mal-estar com integrantes do ELN. A guerrilha anunciou uma trégua de fim de ano, expirada em dois de janeiro. No entanto o presidente colombiano anunciou que o cessar-fogo seria ampliado por seis meses. Membros da guerrilha bateram o pé e afirmaram que só cumpririam o discutido e definido na mesa de diálogos.  

A primeira etapa de negociações de paz entre a última guerrilha colombiana em ação foi concluída em 12 de dezembro, em Caracas. Na ocasião a guerrilha informou que na segunda etapa de conversa, prevista para acontecer ainda este mês no México, estará disposta a discutir a possibilidade de um cessar-fogo. Desde o início dos diálogos de paz, mediados por Noruega, Cuba e Venezuela, surgiram dúvidas se outras frentes do ELN acatariam as decisões da cúpula negociadora.

Félix Arellano, profesor de Relações Internacionais da Universidade Central da Venezuela, descata que “Petro tem razão quando diz que a paz da Colombia depende muito da Venezuela. Depende da participação ativa, séria, responsável e que exista verdadeira vontade política para que a negociação [com o ELN] progrida, e para que os acordos pactuados sejam cumpridos. Esse é o tema fundamental que o presidente Petro parece dar maior relevância, mas também está o tema econômico. Neste ponto da relação bilateral, vemos que os temas estão muito lentos".

A Venezuela ocupa lugar de importância nos diálogos de paz entre o ELN e o governo da Colômbia. Além de espalhada em 22 dos 32 departamentos colombianos, a última guerrilha ativa no país de Gustavo Petro também está presente em alguns estados da Venezuela. ONGs venezuelanas apontam que a guerrilha mantém estreita relação com o governo de Maduro. Por isso a figura do presidente venezuelano é vista como imprescindível na tentativa de estabelecer a paz na Colômbia.  

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