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Reportagem

Sem Neymar, vitória da seleção sobre a Suíça confirma força da nova geração de jogadores

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A vitória da seleção brasileira contra a Suíça, que selou a classificação da equipe para a próxima fase de maneira antecipada, foi a primeira nesta Copa conquistada sem a presença de Neymar. O craque fez falta, na opinião da comissão técnica, jogadores e torcedores, mas a equipe soube mostrar que tem uma reserva de talentos para superar a ausência de sua maior referência dentro de campo.

Casemiro celebra seu gol, que marcou a vitória de 1 a 0 contra a Suíça e classificou o Brasil para as oitavas de final da Copa do Mundo no Catar.
Casemiro celebra seu gol, que marcou a vitória de 1 a 0 contra a Suíça e classificou o Brasil para as oitavas de final da Copa do Mundo no Catar. AP - Natacha Pisarenko
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O treinador Tite, após a partida, confirmou que a seleção sente falta de seu camisa 10, que se recupera de uma lesão no tornozelo: “Sente, sim, a falta do Neymar. Ele tem o poderio criativo, mas também tem atletas que, como aconteceu hoje no início ou no transcurso, dão conta do recado”, avaliou.

“A equipe faz a estrela. Claro que Neymar tem atributos diferentes. Num momento mágico, ele finta um, dribla e clareia, tem essa capacidade. Outros jogadores estão nesse processo para atingir esse nível e espero que atinjam”, acrescentou.

Apesar de não citar nomes, Tite mostra que aposta no talento de jogadores como Vinicius Jr., Raphinha e Richarlison, titulares nas duas partidas da Copa, mas também de Rodrygo e Lucas Guimarães, que entraram na etapa final da partida.  

Ao comentar o resultado de 1 a 0, que deixa a equipe em uma situação confortável para o próximo jogo contra Camarões, Tite fez questão de atribuir a vitória ao trabalho que vem sendo realizado há quatro anos.

“Quem venceu hoje foi o processo, o tempo de utilização de quatro anos de atletas para que eles possam desenvolver, ter a naturalidade, mesmo jovens. O processo venceu hoje, fora o trabalho todo, mas ele consolida, e aí estão as qualidades técnicas individuais”, argumentou.

O papel de Casemiro

O treinador falou logo após Casemiro, autor do gol da vitória contra a Suíça e vencedor do prêmio de melhor jogador em campo. Na entrevista, o volante falou sobre sua maior preocupação em campo, que não é a de marcar gols. “Meu primeiro objetivo é ajudar o sistema defensivo, a linha de quatro, o meio de campo, os laterais. Porém, se tiver oportunidade de dar uma ‘beliscadinha’ ali na frente, também é importante, mas não acostuma. O meu pensamento é estar sempre bem posicionado”, disse.

Um dos jogadores mais experientes da seleção, Casemiro também atribui a qualidade e força coletiva da equipe ao trabalho que vendo sendo feito há vários anos, além do amplo número de jovens  talentos, principalmente no setores de ataque e de meio de campo.  

“O leque de opções este ano está sendo bem maior que da última Copa. Podemos até trocar os jogadores sem mudar o estilo de jogo. A garotada que vem entrando está dando conta do resultado.  A linha defensiva está mais experiente, é importantíssimo destacar que foi outro jogo sem sofrer gol”, reforçou.  

Estreias dos novatos

Um dos jogadores da nova geração que estreou na Copa foi o volante Lucas Guimarães, que entrou no segundo tempo no lugar de Fred. “Apesar de jovens, todos já temos mais de 200 jogos na carreira e jogamos diversos tipos de competição. Para ser sincero, estava ansioso para entrar, para fazer minha estreia na Copa do Mundo. Foi importante e, agora, é dar continuidade ao trabalho”, ressaltou.

Alex Telles, que também entrou pela primeira vez na Copa ao substituir Alex Sandro, comentou a orientação do treinador Tite para chegar à vitória. “Paciência, rodar a bola e deixar eles abrirem algum espaço para a gente poder entrar. E isso foi trabalhado, ter paciência, trabalhar, trabalhar, jogar de um lado para o outro e saber que em algum momento ou outro eles iriam abrir. Fomos inteligentes de ter paciência e fazer um gol no final”, disse.

Torcedores opinam

Boa parte dos torcedores que compareceram ao estádio 974 saíram satisfeitos com o desempenho da nova formação de Tite, embora destaquem a falta que faz Neymar para essa equipe.

"Foi fantástico, deu aquele frio na barriga no primeiro tempo, mas (o time) não decepcionou. O Neymar faz falta, nem que seja para desviar a atenção dos marcadores. Mas a equipe mandou super bem, mesmo sem o Neymar”, disse Alan Moraes, torcedor que veio de São Paulo.

O baiano Juraci Fonseca foi crítico em relação ao desempenho do ataque sem o camisa 10, substituído na equipe titular por Fred. “Estou contente, porque ganhamos, mas o time mostrou que é muito dependente de Neymar. Caiu a produção de ataque. A defesa é excelente e hoje salvou. Mas infelizmente ainda somos dependentes de Neymar porque não temos substituto para ele. No nível dele, não temos”, afirma. 

Já na percepção de Alexandre Bertaglia, de Marília, “o time está encaixado, jogando leve”. Ele gostou do poderio ofensivo com a nova formação e as mudanças feitas por Tite no decorrer da partida. “A equipe jogou para frente. A Suíça estava na cara que estava travada, jogava pelo empate. Mas o Brasil está bom, esperando Neymar, que faz a diferença. E espero que ele volte para os próximos jogos”, finalizou.

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