Paris Photo: mundo da fotografia se reúne na capital francesa para uma confraternização de imagens
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Acontece até domingo (13) a feira Paris Photo, dedicada, como o nome diz, à fotografia. A 25ª edição de um dos maiores eventos do gênero vai reunir mais de 180 expositores, entre galerias e editoras de 31 países.
O encontro é no Grand Palais Ephemère, ao pé da Torre Eiffel. O público principal do evento são colecionadores e instituições, mas o salão não é apenas um termômetro para medir a temperatura do mercado de arte, mas uma oportunidade preciosa para (re)ver grandes obras e conhecer novas tendências, em imagens e em livros.
Mais de 1600 artistas estão representados, dos quais apenas 31% são mulheres; das quais a maioria – 70% – vem da Europa.
A feira promove também encontros entre artistas e o público, com debates e tardes de autógrafos. Fotógrafos como o inglês Martin Parr, a americana Jane Evelyn Atwood e o francês Raymond Depardon vão assinar livros.
A dupla de artistas Rodrigo Masina Pinheiro e Gal Cipreste Marinelli, do Rio de Janeiro, estão na coletânea (After)care, com curadoria da espanhola Laia Abril. O fio condutor do volume da editora The Eyes são episódios traumáticos de histórias individuais e coletivas. Masina e Gal foram finalistas neste ano do prêmio descoberta Louis Roederer, no festival Encontros de Arles, no sul da França, com um projeto em que retratavam violências contra pessoas LGBTQIA+.
Brasil entre muros
O Brasil também comparece em Paris com a galeria Lume, de São Paulo, criada há 11 anos por Paulo Kassab Jr. e Victoria Zuffo. O espaço trabalha com arte contemporânea, com destaque importante para a fotografia e a poesia.
Kassab lembra que o período mais crítico da pandemia foi muito difícil. “Ninguém sabia o que ia acontecer, não sabíamos se íamos fechar a galeria ou não, a prioridade era nos mantermos vivos”. Durante o lockdown, a Lume lançou um concurso de fotografia, “Quarentena com Lume”, convidando as pessoas pelo Instagram a participar com imagens do que viam pela janela, encerrando com uma exposição.
O galerista conta que vem experimentando um ressurgimento do mercado. “As pessoas começaram a dar mais valor à obra, talvez por ficarem mais tempo dentro de casa, sentindo necessidade de mudar a paisagem do que viam. O mercado em geral cresceu bastante a partir de agosto de 2020”, relata.
O fotógrafo Julio Bittencourt apresenta no espaço da Lume algumas imagens do projeto que vem desenvolvendo há quase quatro anos, sempre explorando os diferentes tipos de muro na sociedade. “Isso é muito próximo da gente que cresceu no Brasil; é difícil não enxergar os muros que estão por todos os lados. São muros sociais, raciais, psicológicos...”, relata o artista.
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