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Esporte em foco

Tiro com arco tem juízes brasileiros no pré-olímpico Paris 2024

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Com menos de um ano para os Jogos Olímpicos Paris 2024, a cidade luz se prepara para ser o palco do maior evento esportivo do planeta. Atletas, federação, equipe técnica e comitê organizador aproveitam para conhecer as arenas e estádios. Os brasileiros Alexandre Vecchio e Laís Nunes, juízes internacionais da modalidade de tiro com arco, participaram da etapa de Paris da Copa do Mundo de tiro, que também contou como evento teste para a Olimpíada, no Parque dos Inválidos.

Os juízes brasileiros, Alexandre Vecchio e Laís Nunes, agora aguardam a convocação oficial para a 33º edição dos Jogos Olímpicos.
Os juízes brasileiros, Alexandre Vecchio e Laís Nunes, agora aguardam a convocação oficial para a 33º edição dos Jogos Olímpicos. © Luciana Quaresma
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Luciana Quaresma, correspondente da RFI em Portugal.

A mineira Laís Nunes, é a primeira mulher brasileira a se tornar juíza internacional, e depois da participação nas Olimpíadas Rio 2016, ela espera poder estar presente em Paris, no ano que vem.

“Se tudo der certo, será minha segunda Olimpíada. Um sonho, a ficha ainda não caiu. Confesso. É maravilhoso, a experiência em competição é incrível. Reencontrar com muitos juízes que vimos em outras competições internacionais, conhecer novas pessoas, reconectar com os atletas, estar com eles é muito legal. Revemos muitos técnicos. Este ano, também estive em Medelín, na Colômbia, na terceira etapa da Copa do Mundo e foi a minha primeira competição como, deputy, que seria o ajudante de chefe de juízes, então estive mais próximo da organização e foi uma experiência muito bacana e já estou aqui de novo,” comenta.

Segundo Laís, esta é uma realidade que ela não poderia imaginar.

Primeira mulher brasileira a se tornar juíza internacional
Primeira mulher brasileira a se tornar juíza internacional © Luciana Quaresma

“Nem nos meus melhores sonhos, imaginei que algum dia eu estaria em uma Olimpíada. Eu como educadora física, trabalho com esporte, atividade física, e então poder estar nos jogos é o auge de uma carreira esportiva e realmente não poderia imaginar que isso aconteceria comigo. Foi a realização de um sonho ter participado dos Jogos Olímpicos Rio 2016, como ajudante de juiz, mas agora estar como juiz, com a possibilidade de estar numa Olimpíada é inacreditável!", diz.

"Paixão ao primeiro tiro"

Laís fala da sua relação com o esporte. “Foi mesmo paixão ao primeiro tiro. O cupido me acertou na hora e comecei a fazer estágio. Comecei como instrutora, depois comecei a atirar também a convite do técnico que me apresentou a modalidade. Assim, fui crescendo como atleta e instrutora e depois técnica. Em uma competição de tiro com arco, onde eu estava como técnica da base, um juiz, também mineiro, me convocou para fazer um curso com foco na Olimpíada Rio 2016. Eu nem queria fazer o curso naquele momento, pois estava na carreira como técnica, mas ele insistiu dizendo que precisavam de juiz mineiro e o objetivo era formar juízes para os jogos que aconteceriam em seis anos. E foi assim que tudo começou”, relembra.

Com o primeiro lugar do ranking mundial de tiro com arco recurvo ocupado pelo brasileiro, Marcus D’Almeida, Laís e Alexandre tem ainda um motivo a mais para lutarem pela convocação para os Jogos Olímpicos de 2024.
Com o primeiro lugar do ranking mundial de tiro com arco recurvo ocupado pelo brasileiro, Marcus D’Almeida, Laís e Alexandre tem ainda um motivo a mais para lutarem pela convocação para os Jogos Olímpicos de 2024. © Luciana Quaresma

O juiz Alexandre Vecchio foi atleta de tiro com arco por mais de uma década e já participou de duas Olimpíadas na arbitragem.

“Normalmente, a Federação Internacional seleciona uma equipe de juízes para o evento teste que não significa que a gente vai estar nos Jogos Olímpicos. É como o atleta, ele conquista a vaga para o seu país. Aqui não significa que estou conquistando a vaga para um juiz do Brasil vir e não significa que estarei na Olimpíada Paris 2024, porém é o caminho", explica.

"É uma preparação para os Jogos Olímpicos, como foi uma preparação para os jogos do Rio 2016, a equipe de brasileiros que trabalhou como juiz nacional, na Olimpíada do Rio, participaram do evento teste e dos Jogos. A mesma coisa aconteceu na última Olimpíada, em Tóquio, no Japão. Fui convidado para o evento teste em 2019, mesmo com pandemia, entregamos em 2021 mais uma Olimpíada", lembra.

“Temos responsabilidade em honrar o tempo dos atletas”

Alexandre reconhece a responsabilidade do papel de juiz e acredita que a preparação é fundamental.

“É muito gratificante porque a gente sabe o esforço dos atletas para estarem ali no ciclo olímpico, quatro anos dedicando a vida, com muito suor, longe da família, viajando o mundo inteiro. Então, a gente entra com uma responsabilidade muito grande de honrar o tempo dos atletas. A gente não pode ter desconhecimento de regra por um descuido prejudicar a vida de um atleta e por isso temos que estar super preparados, com a cabeça no lugar porque é respeito", diz.

Com o primeiro lugar do ranking mundial de tiro com arco recurvo ocupado pelo brasileiro, Marcus D’Almeida, Laís e Alexandre tem ainda um motivo a mais para lutarem pela convocação para os Jogos de Paris 2024. Segundo a mineira, o orgulho é muito grande. “É fantástico ver um brasileiro no primeiro lugar do ranking. Por muito tempo me perguntavam quem era o número 1 e eu respondia que era um coreano, espanhol, mas hoje eu falo com orgulho, com a boca cheia, que temos um brasileiro como número 1 do ranking. Temos o Marcus D’Almeida, o Marquinho, que eu vi crescer. No campeonato brasileiro que me tornei juíza, ele estava competindo. É um grande orgulho vê-lo saindo da categoria de base para ser uma referência de tiro com arco no Brasil. Mesmo quem nunca ouviu falar do tiro com arco, já ouviu falar do Marcus D’Almeida”, comenta.

O brasileiro tem grandes chances de conseguir uma medalha olímpica para o Brasil em Paris e não será por falta de torcida.

O brasileiro Alexandre Vecchio, juíz internacional da modalidade de tiro com arco
O brasileiro Alexandre Vecchio, juíz internacional da modalidade de tiro com arco © Luciana Quaresma

“Eu tenho um super orgulho do Marcus porque eu o vi começando na cidade de Maricá, um garoto. Eu como trabalho muito com resultados das competições, encontrei recentemente a planilha do primeiro campeonato brasileiro dele e até falei isso para ele. Dá muito orgulho ver um brasileiro, número 1 numa modalidade tão desconhecida no Brasil, com poucos praticantes. E ele está muito focado, trabalhando forte! Nos enche de orgulho”, comenta Alexandre.

Orgulho que a juíza também faz questão de ressaltar quando fala de Marcus D’almeida.

“Cada tiro a gente vai junto. Cada disparo, cada 10, a gente está com o Marcus. A comemoração dele é também a nossa. A felicidade dele é distribuída pelo Brasil inteiro e principalmente para a gente que está envolvido com o tiro com arco e que viu ele crescer, se desenvolver, ganhar medalha até chegar onde ele está hoje e se mantendo. Acho que é a primeira vez que o Brasil vai para uma Olimpíada com chances de medalha, então ele já fez história”, afirma.

Na etapa da Copa do Mundo na capital francesa, Marcus D’almeida ficou com a medalha de bronze e mais uma vez provou que é uma grande promessa para os Jogos Olímpicos do ano que vem.

Os juízes brasileiros agora aguardam a convocação oficial para a 33º edição dos Jogos Olímpicos. “Espero ansiosa a convocação que deve sair no final do ano, provavelmente em outubro ou novembro. Caso eu esteja aqui em Paris ano que vem na Olimpíada, o classificatório vai acontecer no dia do meu aniversário, dia 25 de julho, e será o melhor presente que eu possa ganhar na vida!”, conclui Laís.

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