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Contagem Regressiva Paris 2024

JO Paris 2024: lutadores brasileiros de wrestling treinam na França com esperança de medalha inédita

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Lutar sempre fez parte da história do homem. O wrestling, em português a luta olímpica, nasceu em 704 a.C. ainda nos Jogos da Antiguidade. E como a corrida e o salto em distância, figura entre os esportes mais antigos do mundo. A luta olímpica se divide em dois estilos: greco-romano e livre. 

Wrestling Masculino
Atletas da luta greco-romana em estágio de treinamento pré-olímpico no Instituto Nacional do Esporte, da Avaliação e da Performance, em Paris, em 13 de novembro de 2023. © LUIZA RAMOS/RFI
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O estilo livre contempla as categorias feminino e masculino, e os atletas são divididos por peso. Há uma diferença básica: no estilo greco-romano, os lutadores só podem utilizar tronco e braços para defender e atacar, já no estilo livre, eles usam as pernas.  

Cada combate tem dois rounds de três minutos, com um intervalo de 30 segundos entre eles. O objetivo é imobilizar o adversário de costas para o chão. Mas golpes baixos, estrangulamento, dedo no olho e puxões de cabelo são proibidos.  

Nos Jogos Olímpicos da Era Moderna, a luta olímpica estreou em 1896 e figura em todas as edições desde 1904, a partir dos Jogos de Saint Louis, nos Estados Unidos. Se um dos adversários conseguir abrir uma margem de 8 pontos durante a luta, é considerado vencedor por superioridade técnica. 

E foi para aprender e se preparar para os Jogos de Paris-2024 que atletas brasileiros de luta olímpica vieram a Paris, no mês de novembro. Eles participaram de um programa de dez dias no Instituto Nacional do Esporte, da Avaliação e da Performance, o Insep. Nessa imersão, a convite da Federação Internacional da modalidade greco-romana, os atletas Igor Queiroz e Calebe Ferreira, além do técnico Kenedy Pedrosa, puderam conhecer o ritmo de treino internacional com atletas de alto rendimento do mundo todo.  

O anfitrião, Christophe Guenot, é ex-atleta de wrestling e medalha de prata em Pequim 2008. O atual técnico da equipe francesa de luta greco-romana conversou com a RFI. "A equipe francesa treina todos os dias e a Federação Internacional organizou um encontro com equipes estrangeiras e uma dezenas de países aceitaram participar durante duas semanas, incluindo a equipe do Brasil com um lutador e um técnico", explica. "Esse é o início dos treinamentos individuais e nos preparamos para a classificação olímpica em abril e maio, é sempre importante encontrar os outros adversarios, com diferentes estilos de luta e categorias de peso", completa Guenot.  

Promessa para 2024

A jovem equipe brasileira é uma promessa para Paris 2024, segundo o seu treinador, Kenedy Pedrosa. "As chances são grandes, no Brasil tem três atletas que são bastante experientes e tem uma carreira longa de dez a quinze anos. Igor é o mais novo, tem 21 anos, e mesmo assim já tem uma bagagem grande como atleta. Ele tem chances de ir para olimpíada. O Calebe também é um atleta experiente que compete desde os 16 anos, a nossa chance é de 99 a 100, bem grande mesmo", aposta.    

A Confederação Brasileira de wrestling contabiliza 1.830 atletas cadastrados e 111 clubes de luta credenciados no país. Ainda pouco para virar uma potência no esporte, lamenta Kenedy Pedrosa. "O Brasil não tem uma cultura de esportes olímpicos. É o futebol, jiu jitsu, o judô, e o wrestling não é muito divulgado, não tem escola é difícil ter uma academia com wrestling, um clube", diz.

Calebe Ferreira, 26 anos, acumula 14 títulos nacionais de wrestling e um ouro sul-americano, conquistado em 2017. Originário do judô, ele entrou na luta para melhorar a sua força. E acabou gostando. Já são dez anos como atleta de alto rendimento. "Para mim é muito importante a questão do legado. (...) A carreira de atleta tem um prazo de validade, para o nosso esporte, a minha categoria que é mais leve, às vezes com 30 você já está velho. Então, eu falo para os garotos, o meu intuito é que vocês sejam melhores do que eu. Porque o que adianta eu me aposentar, ter o conhecimento que você acumula ao longo dos anos e guardar tudo para mim? Se eu transmitir para alguém, isso será a base para ele ir mais longe. Essa mentalidade de crescimento é boa para o Brasil", conclui.  

Nesta viagem à França, o brasileiro já pôde sentir o gostinho de como serão os Jogos Paris-2024."Muito bem organizados, a logística é muito boa. Você descansar, comer e treinar aqui, sai do tapete de treinamento e tem uma musculação de qualidade, tem sauna, piscina. Pois não é só treinar, o atleta tem que se alimentar bem, decansar bem, ter todo um amparo macro. E isso vi em todos os apectos", finaliza. 

Como ele, Igor Queiroz, de 22 anos, faz parte do Programa Olímpico da Marinha do Brasil, o PROLIM. "Com 3 anos na seleção, ele tem viajado com suas referências no esporte. "É bacana se projetar e ver que você também pode", conclui.

A arte deles mantém vivo o espírito da luta.

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