Acessar o conteúdo principal
Brasil-Mundo

Escritora carioca é coautora de série de TV infantil portuguesa que incita interesse de crianças pelo meio ambiente

Publicado em:

A escritora e roteirista brasileira Flávia Lins e Silva assina a série “Panda e os Super Vets” no canal Panda Portugal, juntamente com a escritora portuguesa Maria Inês Almeida. Ela conversou com a RFI sobre as particularidades de escrever para um público fora do Brasil. 

A carioca Flávia Lins e Silva é coautora da série de TV infantil “Panda e os Super Vets”, em Portugal.
A carioca Flávia Lins e Silva é coautora da série de TV infantil “Panda e os Super Vets”, em Portugal. © Gonçalo Dumas Diniz
Publicidade

Fábia Belém, correspondente da RFI em Portugal

A série “Panda e os Super Vets” foi lançada no final do mês passado e traz um episódio novo por semana. As histórias giram em torno do personagem Panda e dos irmãos Guilherme e Beatriz, que, durante as férias, vão ser voluntários num parque ajudando o veterinário a cuidar dos animais. 

“A mãe os inscreveu num programa de voluntários porque eles queriam muito ter animais de estimação em casa e a mãe não deixou porque moram em apartamento”, conta Flávia. 

Por meio das histórias, as duas escritoras passam mensagens que contribuem para o desenvolvimento das crianças, ao fazê-las perceber que “coisas acontecem, se não escovar o dente, se não pedir ajuda, se a mochila tiver muito pesada”, reforça Flávia. “A ideia é muito isso: um cuidado de si e do outro, e uma atenção com a natureza”, completa.

Maria Inês Almeida (à esq.), o Panda e os Super Vets (no centro) e Flávia Lins e Silva (à dir.).
Maria Inês Almeida (à esq.), o Panda e os Super Vets (no centro) e Flávia Lins e Silva (à dir.). © Divulgação

As aventuras do Panda e dos Super Vets têm sido uma ferramenta importante para despertar o interesse das crianças pelo meio ambiente e aproximá-las dos animais. 

“É muito bacana ver que algumas questões que os animais vivem, os meninos também vivem - às vezes [eles] têm uma dor de dente que o animal tem. Aí você mostra o animal, e a criança se identifica”, explica a escritora e roteirista. 

Capa de um dos livros escritos por Flávia Lins e Silva e Maria Inês Almeida.
Capa de um dos livros escritos por Flávia Lins e Silva e Maria Inês Almeida. © Divulgação

Diferenças linguísticas

Apesar dos 26 anos de trabalho como roteirista, Flávia conta que não deixa de ser desafiador escrever a série “Panda e os Super Vets”, pois sempre precisa levar em conta os aspectos linguísticos.

“Varal vira estendal, penso é o nosso curativo, o “band-aid”. Então, são muitas as palavrinhas diferentes que a gente vai aprendendo, mas não é só isso, é a maneira também de usar as expressões, as gírias “É fixe. Isso é giro!”. A primeira significa legal, a segunda pode ser usada para dizer que algo ou alguém é bonito ou bem-humorado.

A escritora e roteirista brasileira garante que está “adorando estar em Lisboa, em Portugal” pelo fato de o país também promover “um encontro da língua portuguesa”. 

“Chega gente de Angola, chega gente de Moçambique, de Cabo Verde. Então, há muita riqueza na língua portuguesa nesses encontros. Sou um grande fã de Fernando Pessoa e a minha terra é a língua portuguesa”, pontua Flávia Lins e Silva.

Capa de um dos livros de Flávia Lins e Silva
Capa de um dos livros de Flávia Lins e Silva © Divulgação

Encontro de escritoras 

O encontro entre Flávia e Maria Inês aconteceu graças ao pediatra das filhas das duas escritoras. Certo dia, ele disse: "Olhe, vocês têm tanto em comum, acho que vocês deviam se conhecer", recorda Flávia. Com mais de 55 livros publicados, a portuguesa também tem uma famosa série de livros - a “Diário de uma Miúda Como Tu”.  

“Começamos a conversar, e já ter ideias, e contar histórias, e pronto. E marcamos um café e mais outro, e começamos a escrever livros juntas e essa série juntas", diz a escritora brasileira.

Juntas, as duas assinam três livros: “Carta aos Líderes do Mundo”, “Com pensos tudo passa” e “O mistério da meia malcheirosa”. A parceria “tem sido muito bacana”, revela Flávia, “porque eu faço a versão do português para o Brasil e publicamos lá, e ela faz a versão do português de Portugal, publicamos aqui. Então, todos os livros tão saindo lá e cá”. 

“Diário de Pilar” e “Detetives do Prédio Azul”

Há seis anos vivendo em Portugal, a carioca Flávia Lins e Silva é autora de importantes obras dedicadas ao público infantojuvenil. Entre as mais conhecidas está a coleção “Diário de Pilar”, que já conta com sete livros traduzidos para cinco idiomas.

A Pilar tem uma rede mágica com a qual viaja pelo mundo, e “eu sempre tive esse desejo de conhecer o mundo. Havia esse sonho de ter essa rede mágica para poder ir pra qualquer lugar do planeta”, lembra.

Flávia também já assinou roteiro para novelas, séries e seriados no Brasil. De Lisboa, continua a escrever “Detetives do Prédio Azul”, série criada por ela, e que este ano completa uma década de exibição na TV com 500 episódios. 

“Imagina, 500 casos num único prédio, que a gente brinca aqui que é uma aventura incrível, e que eu amo escrever”, assegura com entusiasmo.

Imaginação

Ao comentar a importância de incentivar a imaginação nas crianças, Flávia Lins e Silva diz que “esse negócio de literatura ajuda muito a abrir o imaginário porque, enquanto você tá lendo, você tá imaginando o cenário, a cara do personagem, você tá imaginando sem pensar”. E ela chama a tenção ao afirmar que o imaginário não serve só pra escrever. 

“Ele é fundamental pra inventar, repensar o mundo e não apenas repeti-lo. Quando eu converso com as crianças eu falo: 'Olha, se alguém, um dia, não imaginasse uma ponte, a ponte não existia. Se alguém não imaginasse o avião, o avião não existia.'" 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Veja outros episódios
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.